Caras e caros,

 

qual a diferença visível entre uma lésbica butch (caminhoneira, desfeminilizada) e um “homem trans”? Conforme um número cada vez maior delas recorre a testosterona e mastectomias para conseguirem uma aparência “masculinizada”, cada vez mais o grupo com um todo é “presumido trans”, tratado com pronomes masculinos e indagado sobre procedimentos médicos. Nas escolas, cada vez mais garotas adotam um nome masculino para deixarem de ser  “a sapatão da sala” – para a secreta alegria dos pais que preferem acreditar que teriam um “filho heterossexual” do que uma filha homossexual, dos profissionais que fazem parte do nicho de mercado do “processo transexualizador (psiquiatras, psicólogos, endocrinologistas, pediatras cirurgiões, fonoaudiólogos) e, finalmente, as organizações da sigla #LGBTQIAP e grupos “pela diversidade”. Militantes da sigla sabem que é o “T” a letra preferida, a que garante o apoio da bilionária indústria da “identidade de gênero”: a Revista Forbes publicou uma matéria com as 10 empresas farmacêuticas mais lucrativas do mundo em seu site (imagem do site Pfarma) e os números são superlativos; a primeira da lista é a Johnson & Johnson, estimada em U$ 390.29 bilhões de dólares, e a última é a Bayer, com U$ 65.9 bilhões). Não é por acaso que tantos profissionais estejam em silêncio sobre crianças de quatro anos negando o próprio sexo: em no máximo quinze anos, elas pagarão uma pequena fortuna para remover seus órgãos saudáveis, congelar óvulos, receber hormonizações. Já os transativistas têm lucros mais modestos: alguns vendem para meninas e mulheres “binders” (faixas apertadíssimas para os seios), próteses penianas e uma insólita “bomba de sucção” para “aumento do clitóris”.

industrias farmaceutica mais valiosas

(#pracegover: print com a lista das 10 maiores empresas farmacêuticas e de biotecnologia do mundo o valor de cada uma em bilhões de dólares).

Neste mês da #VisibilidadeLésbica, resgatamos um dos mais polêmicos textos de 2019. “A butch erradication, served with a progressive smile” foi publicado por Tristan Foxon em 26 de abril de 2019. Publicado no site After Ellen, que é dedicado ao direito pela orientação sexual, ele toca na ferida – com trocadilhos – produzida pela medicina de gênero na comunidade lésbica. Foi apagado, mas o link era este [ https://www.afterellen.com/general-news/569661-a-butch-eradication-served-with-a-progressive-smile ]. A tradução foi feita por “Aline”.

 

Uma aniquilação butch, servida com um sorriso progressista

 

Hoje eu peguei um café com leite no Starbucks da minha cidade. Não tem drive-thru por lá e me vi correndo pelas instalações com um sentimento de pavor. A jovem lésbica toda trabalhada na testosterona estava no balcão outra vez. Duas outras trabalhadoras também são lésbicas em transição. Eu já as vi antes.

Posso dizer que elas teriam sido jovens lésbicas butches em qualquer outra época. Posso dizer porque eu também já fui uma jovem lésbica butch neste mundo cheio de ódio. A única diferença entre elas e eu é o tempo – fui apenas uma das sortudas que não estava por perto da era do culto trans.

Suas vozes têm um estranho tom pubescente que não está certo em termos de tom. Os braços delas são braços de mulheres. As mandíbulas delas são mandíbulas femininas. Suas vozes estalam e as denunciam. Não consigo imaginar que alguém ache que são homens. Também é certo que a lésbica fez uma mastectomia. Quando ela pega meu café com leite, percebo seus pés. Eles são pequenos. As pernas dela são femininas. Para mim, tudo nela grita “mulher, sexo feminino, lésbica”.

O horror de saber que são lésbicas que pensam que são homens devido ao atual contágio do transativismo torna difícil estar lá. Olho em volta quando saio e três de suas amigas lésbicas estão sentadas em uma cabine.

Eles claramente são lésbicas para mim.

É doloroso vê-las – mulheres “do meu tipo”, pode-se dizer – destruindo seus corpos. Permanentemente. Hormônios cruzados, bloqueadores da puberdade, aglutinantes, mastectomias. Como é que pode ser corajoso odiar tanto a si mesma?

Eu me pergunto: o que elas pensam de mim quando vou ao balcão, toda orgulhosa e real e butch e sem autoconsciência sobre isso? Hoje eu vestia um jeans Buffalo desbotado e uma camiseta preta. Calçava botas pretas de estilo militar. Era como ter ‘BUTCH’ escrito na minha testa, na verdade.

Acho que sou algum tipo de dinossauro para elas. Uma remanescente de algum grupo antigo que pensava que ser quem eram e aprender a aceitar e amar a si mesmas era algo corajoso. Hoje não é legal. Lésbica butch não é legal.

No entanto, eu poderia jurar – quando fazia o pagamento – que ela parecia um pouco envergonhada, sabe?! Seus olhos desviavam dos meus. Ela parecia um pouco envergonhada. Talvez ela saiba em algum lugar profundo que eu sou quem ela não consegue aceitar dentro de seu próprio coração.

Uma lésbica. Uma lésbica butch. Confortável em sua própria pele. Bem na cara de qualquer pessoa. Não me escondendo ou fingindo ser alguém, mas sendo quem eu sou. Eu me pergunto se, por um breve momento, ela sentiu apenas um pouco de arrependimento ou vergonha nos olhos? Sou o dinossauro, desejando que ela pudesse se olhar no espelho um dia e ser corajosa o suficiente para viver sua vida como ela é. Butch. Lésbica. Orgulhosa. Apesar de quanto o mundo a odeia. Nos odeia.

Toda lésbica butch que é crítica sobre esse horrível movimento trans – um movimento que leva jovens lésbicas a acreditar que são homens e a amputarem seus seios saudáveis e a tomar hormônios cruzados – toda butch sabe o que está vendo. É como olhar no espelho e relembrar toda a angústia, ódio, rejeição dos pais e dos colegas novamente.

É uma experiência horrível sentar em uma sala cheia das minhas irmãs e saber disso. É como ser uma das últimas sobreviventes butch em uma aniquilação completa. Não consigo pensar em outra maneira de declarar o horror que sinto aos progressistas que realmente acham que a violação cirúrgica dessas jovens lésbicas é de alguma forma uma coisa corajosa e valente.

Eles estão dizendo a essas garotas que não está OK serem quem são e usando o que querem usar. Essas garotas são como eu já fui. Às vezes, têm cabelos curtos e aquela maneira de se comportar é forte e independente. Elas não se importam com garotos e quando eram crianças brincavam com caminhões e coisas que outras garotas não gostam. Elas gostavam de colecionar pedras e não riam dos meninos como as outras meninas. Elas nunca foram como as outras garotas.

Mas elas eram e são do sexo feminino, todas iguais. Acontece que elas são um tipo diferente de mulher. Elas se vestem como querem. E, no entanto, apesar do quanto a sociedade diz que a não conformidade de gênero é aceitável – elas estão sofrendo represálias. Elas estão sendo informadas de que são do sexo masculino.

Chamam isso de “não-conformidade de gênero”. Essa é uma palavra chique para lésbica butch. O que está acontecendo é que as “molecas” são empurradas para a transição e a rede trans captura todas as futuras butches. Isso não é mera especulação. Os médicos que trabalham em clínicas de gênero estão dizendo que a homossexualidade é o primeiro ‘passo’ para a transição. Isso é horripilante.

Às vezes, as pessoas tentam explicar isso e dizem para parar de se concentrar nas molecas e na juventude lésbica porque outras meninas também transicionam.

Não. Vamos nos concentrar nas lésbicas. Esse movimento é sobre apagamento de lésbicas, eugenia gay, genocídio de lésbicas. Nós já sabemos que mais de 80% dos jovens que são transicionados teriam desistido de sua “disforia de gênero” e acabariam sendo lésbicas e gays adultos.

E agora eles estão dizendo às “molecas” que não são meninas. Dizem que não existe uma garota que não goste de rosa. E eu não posso deixar de ver meu rosto jovem e assustado, no espelho, há muito tempo no espelho, com todo o assédio que se seguiu, a rejeição, o julgamento e o ódio. No entanto, aqui estou, porra, sentada nesse Starbucks, assistindo a todas as minhas jovens irmãs se desmanchando para se adaptar a alguma agenda trans insana. Ruindo sobre si mesmas para se tornarem homens héteros.

Nossos espaços lésbicos já estão mortos. Nossas livrarias, nossas danças. Tudo o que construímos está morto e tomado pelo pesadelo trans. Eu estava lá quando tínhamos tudo. Não pense que não tenho pelo menos um mínimo de esperança de que essa loucura termine. Porque eu tenho. Mas isso não será hoje.

Enquanto isso, na Starbucks da minha cidade, todas as jovens que pensam que são homens estão servindo café com leite e pão de limão. E butches, como eu, sentamos e bebemos essas coisas sob o sol brilhante.