(por Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo)

 

No início de 2018, e já falei sobre essa experiência publicamente, fui atacada por um transativista no Rio de Janeiro que chamarei de “W”. Ele era assessor do parlamentar Tarcísio Motta, do PSOL, e alega ser “uma mulher trans. Como outros homens que fazem a mesma alegação, ele tinha e tem livre entrada em qualquer construção, reunião ou encontro exclusivo para mulheres nos movimentos sociais, como era o caso da construção do 8M carioca, que acontece anualmente marcando o Dia Internacional da Mulher. “W.”, a quem eu nunca tinha visto ou dirigido a palavra, foi até mim aos gritos porque, em uma das reuniões do 8M, pedi o afastamento da construção de “J”, transativista do mesmo partido dele, considerando que “J.” havia ameaçado de quebrar os dentes de uma jovem estudante que eu conhecia. E mais: ao publicizar o ocorrido, outra moça me procurou para contar que “J.” também havia ameaçado bater nela.

Mesmo eu estando obviamente certa e mesmo eu utilizando pronomes femininos para se referir a “J.”, “W.” ficou enlouquecido – nada do que estes senhores fazem pode ser criticado, nem mesmo seus crimes – sim, porque ameaça é crime. Se não estivéssemos em uma sala cheia de mulheres e alguns homens que também se afirmam como do sexo oposto, certamente esse senhor teria me agredido. No dia seguinte, exigi publicamente em meu perfil desativado no Facebook que Tarcísio se posicionasse, mas ele não só me respondeu dias depois (e após muita pressão de minhas seguidoras e seguidores) como sua resposta foi, resumidamente, que não ia se meter.

Em 2022, coincidentemente na mesma rua, fui novamente atacada, desta vez por um ator de teatro chamado Alexandre (“Alê”). Ele, que é gay, se diz “um LGBT” e havia sido apresentado naquela noite por uma conhecida, também atriz de teatro. “Alê” e se revoltou quando discordei dele que homens são mulheres e me posicionei contra a hormonização infanto-juvenil e manteve sua posição mesmo quando o alertei que isso está sendo realizado, inclusive, como forma de “cura gay” por pais homofóbicos. O ator começou a gritar comigo e, como eu não me curvei, começou a incitar meu linchamento, como se eu fosse uma bruxa da Idade Média. Gritava para quem passava: “GENTE, TEM UMA TERF AQUI!!! ATENÇÃO, ATENÇÃO, UMA TRANSFÓBICA!!! GENTE, VOCÊS NÃO VÃO FAZER NADA???”. Felizmente, ninguém aderiu a ele; pelo contrário, os berros histéricos acabaram chamando a atenção de um amigo meu que, fingindo que queria conversar comigo um certo assunto, me levou para outro grupo. E explicou: “te tirei dali porque ele ia te bater. Estava na cara que ele ia te bater”. 

Estes são apenas dois exemplos de ocasiões em que transativisas e seus apoiadores me atacaram, ainda que não fisicamente. É assim que são quando estão longe dos holofotes; bem diferentes da forma como se colocam nas redes sociais e demais meios de comunicação, quando concorrem a cargos eletivos e quando ministram cursos, palestras, capacitações e formações sobre pseudociência de “gênero”. Não, não há nada de real em seus apelos à “diversidade”, “inclusão” e “pluralidade”.

É impossível proteger crianças e adolescentes sem combater o transativismo. Transativistas e seus apoiadores estão, diariamente, produzindo e divulgando para menores de idade materiais, livros (inclusive livros didáticos), posts em redes sociais, entrevistas, diretrizes, artigos e normas que naturalizam a mutilação infanto-juvenil. Estão, diariamente, agredindo, ameaçando e inventando termos e teses (como “transfobia”, “homotransfobia” e “LGBTfobia”) para punir mulheres e também homens que não se dobram às suas exigências descabidas. O “T”, atuando sozinho ou através da sigla “LGBTQIAP+” e outras, configura um pequeno e poderoso grupo de homens (e também mulheres) que estão destruindo os direitos de toda a população mundial, em especial mulheres e crianças.

Com o objetivo de demonstrar, mais uma vez, a universalidade do comportamento desses indivíduos, realizei uma tradução livre  desta thread (sequência) do Twitter, de autoria de Lorelei, a usuária @hatpinwoman). Até o momento da publicação deste texto, a thread conta com mais de 9.000 likes.

Abraços e até a próxima.

 

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo

 

Quando se substitui as palavras “mulheres trans” por homens

 

Dizemos, há muito tempo, que se você substituir a palavra “TERF” pela palavra “mulher”, você verá o que o transativismo realmente é.

Quando você substitui as palavras “mulheres trans” pela palavra “homem”, a mesma revelação se aplica.

Eis uma rápida sequência de exemplos:

Homens querem ser permitidos nos abrigos para mulheres vítima de estupro, onde as mulheres estão tentando se curar da violência masculina.

Homens que cometeram crimes, incluindo sérias agressões sexuais contra mulheres e crianças, querem estar nas prisões femininas.

Homens querem que a medicina transplante úteros neles e eles também querem que a medicina os ajude a “amamentar” bebês. Independente dos riscos potenciais àquele bebê.

Homens querem que as mulheres fiquem impossibilitadas de se encontrar entre elas e eles insistem que eles devem sempre ser incluídos se eles dizem que é assim.

Homens não querem que as mulheres se nomeiem como um grupo distinto de seres humanos mais.

Homens insistem que eles são melhores mulheres que nós.

Homens acham que se eles tirarem seus pênis para fora nos vestiários femininos, as mulheres deveriam apenas “olhar para o lado”.

Homens acham que lésbicas devem dormir com eles.

Homens acham que eles deveriam ser autorizados a prestar a qualquer mulher, incluindo uma mulher com graves necessidades especiais, cuidados íntimos contra a vontade dela.

Homens acham que deveriam ser autorizados a, socialmente e legalmente, mentir sobre seu sexo mesmo que a violência masculina exista e que mulheres e meninas mereçam direitos.

Homens acham que é OK ameaçar mulheres de estupro e assassinato se dizemos não para eles sobre todas estas coisas.

Homens agrediram mulheres que disseram não para eles sobre estas coisas.

Homens acham que mulheres deveriam ser socialmente isoladas se nós não fingimos que eles são a mesma coisa que nós.

Homens acham que chamar mulheres de “corpos com vaginas” e “portadoras de útero” é justiça social mas, por alguma razão, eles não estão exigindo ser chamados de “corpos com próstatas” ou “gerador de esperma”.

Homens acham que mulheres mentem quando dizem que são ameaçadas, agredidas e até mesmo estupradas por eles.

Homens acham que é OK mentir para crianças sobre o sexo biológico mesmo que a violência masculina exista e as crianças merecem saber qual grupo de adultos é, geralmente, mais seguro.

Homens acham que eles deveriam ser priorizados no feminismo.

Homens acham que o Dia Internacional da Mulher deveria ser sobre eles.

Homens acham que seus sentimentos são mais importantes que a segurança das mulheres ou os direitos das mulheres.

Homens acham que performar estereótipos sobre mulheres muda o sexo deles.

Homens acham que mulheres deveriam se submeter às suas vontades em todas as esferas da vida pública.

Homens insistem que nós deveríamos ser punidas se nós não se submetermos

& se você é um homem, independente de você querer ser um ou não, e você lê isso & diz “Eu não estou exigindo nada disso, isso é uma calúnia contra o meu sexo”, então comece a falar abertamente contra as monstruosas demandas que outros homens estão fazendo.

Apóie as mulheres contra isso.

#NemTodoHomem… então onde você está?