Caros leitores e caras leitoras,

 

Conforme alertado pelas poucas organizações de mulheres que não se venderam no Brasil, iniciou-se hoje, dia 5 de junho, e se prolonga até amanhã pelo menos (6) o julgamento da RE 845779, cujo resultado pode ser a destruição do direito de meninas e mulheres a banheiros separados por sexo. Fui informada através da Associação Matria logo antes do início da sessão de hoje e, de posse do link do vídeo da sessão de julgamento, pude apor meu humilde comentário:

Eu não falei de banheiros nos comentários porque eu queria escrever algo que ilustrasse o que é o transgenerismo independentemente de estarmos falando de banheiros, prisões, vestiários, mutilações médicas em ambulatórios de “identidade de gênero”: a redução de mulheres (e também de homens) a sentimentos. A completa aniquilação da nossa humanidade. Porque sim, somos seres humanos do sexo feminino, nós mulheres, e masculino, no caso dos homens. Qualquer pessoa que diga o contrário está mentindo.

Provavelmente, você não estava sabendo desse julgamento tão importante, como 99% da população brasileira. Fosse um bate-boca qualquer envolvendo um homem que diz “se sentir mulher” barrado num banheiro feminino e a internet estaria tomada por comentários de apoio a ele. Fato é que a única matéria jornalística que vi sobre o assunto foi a da Gazeta do Povo, a qual, inclusive, citou a Matria. E raríssimas foram as vozes de feministas falando alguma coisa, como a fez a WDI Brasil, em seu Instagram:

Vivemos, já disse algumas vezes, uma histeria coletiva. Só isso explica que tantas pessoas estejam tão conformadas com a ideia de que homens e mulheres não seriam seres humanos, mas sim sentimentos, vestidos, cabelos compridos e outros estereótipos. Só isso explica que alguém vote em indivíduos como “Erika Hilton” e similares – os quais, obviamente, voltarão a pedir voto este ano. E, pior, fique em silêncio diante de seus descalabros. Eu não sei se você viu em vídeo, mas os grandes “argumentos” de “Hilton” diante da parlamentar Julia Zanatta, que questiona a ideologia transgenerista, foram: “Ultrapassada… vai hidratar esse cabelo…vai se cuidar, pelo amor de Deus”.

Venho pedir uma ajuda a vocês. Nunca pedi dinheiro para a nossa campanha, mas peço, encarecidamente, uma doação para a Matria. Qualquer valor é bem-vindo. Melhor ainda se você puder, mensalmente, depositar algo. O pix da Matria é [email protected] . É com esses valores que nós podemos pagar nossa advogada para reverter esse maremoto. Textos e posts em redes sociais são úteis, mas é na Justiça que viraremos esse jogo. Talvez não agora, mas viraremos. Um juiz ou juíza com mais coragem desmascará a farsa “trans”, e mais outro, e um desembargador aqui, e outra ministra acolá. Sempre digo que todas as histerias coletivas terminaram e a histeria transgenerista também irá terminar. 

E muitos são os caminhos que levarão a isso – os depoimentos dos destransicionados, os crimes cometidos em prisões, banheiros e outros espaços separados por sexo, gays e lésbicas renegando a sopa de letrinhas que vampiriza, através de siglas como “LGBT”, o direito à orientação sexual pelo qual eles tanto lutaram. Outro caminho, que qualquer um de nós pode trilhar, é adotar a prática de dialogar com frequência sobre o que está acontecendo. Assim, venho também dividir com vocês uma conversa que tive, anos atrás, com meu pai. A fim de protegê-lo da sanha transativista, não mencionarei seu nome, mas registro que faz parte de um certo movimento social. E, numa certa noite de domingo, em uma visita dele ao Rio de Janeiro, tivemos uma conversa definitiva.

Estávamos eu, meu ex-marido, meu pai e minha madrasta ao redor da mesa. Ele discorria sobre um projeto que tinha em mente e, em um certo momento, falou algo do tipo: “e a ideia é unir todo mundo… negros… indígenas… homens… mulheres… gays… ´pessoas trans´…” Imediatamente, o corrigi, educada mas firme: “Não, pai. Não existem ´pessoas trans´. Isso foi uma invenção”.

Ele me olhou boquiaberto e, pela primeira vez, conversamos sobre isso.

O diálogo durou cerca de uma hora. Ele perguntava, eu respondia. Ele repetia os chavões que eu, você e todo mundo ouviu, das estatísticas furadas à chantagem do suicídio, do “mas eles sofrem” à medicina charlatã. E eu colocava argumentos racionais, eu tinha resposta para tudo. Modéstia à parte, ele estava falando com uma das maiores autoridades em transgenerismo do Brasil. Meu ex-marido e minha madrasta guardavam um silêncio reverente. Ele é um homem inteligente e articulado e eu – novamente, modéstia à parte – não fico atrás. Foi um duelo de titãs.

Ele ficou em silêncio por alguns minutos, refletindo com o olhar vago. Eu aguardei pacientemente também em  silêncio. Finalmente admitiu, com um leve sorriso:

– Você tem razão.

Fiquei feliz que ele tivesse me ouvido e, mais ainda, concordado comigo. E insisto com você – tenha diálogos. Comece por pessoas próximas, da sua família, amigos e amigas em quem você possa confiar, até mesmo com colegas de trabalho e conhecidos é possível sondar se estariam, como meu pai estava, abertos a ouvir. Caso você ainda se sinta sem argumentos, nosso site tem um vasto material sobre. Transativistas e apoiadores contam com toda uma indústria, a farmacêutica, em seu apoio, bem como políticos, acadêmicos etc. Mas a maioria esmagadora da população continua bem certa do que são homens e mulheres e, se corretamente orientada, irá sim lutar pela verdade.