Carta da Eugênia
Cara leitora ou caro leitor,
o que você faria se seu filho, filha ou outra criança ou jovem do seu convívio – da sua família, escola onde você trabalha, do seu círculo de amizades – começasse a se autodeclarar “trans”? Neste artigo, enviado e traduzido por uma de nossas colaboradoras, trazemos as 10 dicas de ouro formuladas pelo grupo de apoio Bayswater, situado no Reino Unido e que oferece suporte a mães e pais nessa situação. O texto original se chama “Nossas 10 melhores dicas”, foi publicado originalmente aqui e nós, da No Corpo Certo, colocamos em notas de rodapé algumas observações.
É tentador, para um pai ou mãe nessa situação, buscar informações no Google, com profissionais de saúde que lucram com esse nicho de mercado e ou com transativistas. Mas, como toda indústria, a indústria da “identidade de gênero” visa ao lucro e invariavelmente essas ações os direcionarão para ela: para que esse menino ou menina, fisicamente saudável, seja transformado (a) em um (a) paciente crônico (a) e lucrativo (a) do sistema de saúde público e privado. No caso de meninos e rapazes, pode também transformá-los em vítimas – igualmente lucrativas – da exploração sexual.
Por favor, faça com que este artigo chegue até aquele pai ou mãe que está prestes a assinar o termo de consentimento empurrado pelo ambulatório de “identidade de gênero” mais próximo!
Um grande abraço,
Eugênia Rodrigues
Jornalista
Porta-voz da campanha No Corpo Certo
www.nocorpocerto.com
Nossas 10 melhores dicas
- Ouça o seu filho/sua filha
Este é o conselho mais importante: no início, escute. Se seu filho/a lhe disser que é trans (1), ou que não tem certeza de seu sexo, pode ser que você entre em choque e seja traído por esse estado de alarme ou se irrite. Ou, talvez, não seja surpresa alguma e você já esteja bem preparado para responder a seu filho/a com contra-argumentos céticos. Seja como for: tente não fazê-lo. Seu filho/a está lhe dizendo algo importante e significativo para ele/a, pois nessa fase eles/as estão tentando descobrir seu lugar no mundo. Esse é um território novo para ambos e seu filho/a provavelmente está profundamente inseguro, assim como você. Por isso, não se descontrole; você é o adulto da relação.
Manter a comunicação aberta é muito importante, especialmente neste momento vulnerável de mudança para seu filho/a. Se a recompensa que você dá a ele/a por confiar em você é ficar bravo/a, ele/e pode não cometer o mesmo erro da próxima vez. Se você não o/a escuta agora, como você pode esperar que ele o escute mais tarde? Futuramente, haverá muito tempo para você dizer o que você pensa que está acontecendo. Mas especialmente no início, tome o tempo necessário para ouvi-lo/a e adote uma postura aberta e curiosa, o que irá estabelecer que não há problemas em discutir esse tópico.
Seu filho pode estar seguindo uma espécie de roteiro – talvez não um que lhe dê palavras para dizer, mas que lhe diga que passos tomar e como você provavelmente irá responder. Muita orientação informal na internet sobre como se declarar trans ensina crianças e jovens a se anteciparem a como seus pais agirão, como irão impor barreiras para a realização de seu verdadeiro eu: pais seriam controladores, resistentes e, até mesmo, transfóbicos (2). Em certo sentido, é uma batalha pela confiança de seu filho. Portanto, cuidado para não agir como os ativistas alertaram; isso pode minar o vínculo entre você e seu filho/a e isso não trará nenhum benefício para ele/a, absolutamente.
- Informe-se
Seu/sua filho/a pode estar lhe dizendo algo que você nunca esperaria ouvir e ele/a pode acreditar em coisas que você acha particularmente impossíveis ou ridículas. Mas seu/sua filho/a é uma pessoa razoável que está respondendo ao próprio mal-estar da melhor maneira que ele/a sabe. Portanto, saiba o que seu/sua filho/a está lendo, assista aos mesmos youtubers nos quais eles são vidrados, siga as conversas no Reddit. Isso o ajudará a entender quem está o/a influenciando e por que eles acham tão cativante. Este é o mundo de seu filho/sua filha e será útil, se não para percorrer todos os caminhos que ele/a trilhou, pelo menos para ter uma noção do percurso básico.
Há muitas informações excelentes por aí. Mas também há uma grande quantidade de informação de má qualidade e obviamente errônea online. Cremos que os seguintes websites são fontes de informação úteis: |
Ao mesmo tempo, leia sobre o quão limitadas são as evidências em torno dos bloqueadores de puberdade e hormônios (por exemplo, aqui) e o estado das evidências que fundamentam a abordagem das questões de identidade de gênero (3) que surgem na adolescência (por exemplo, aqui). Muitas vezes, os pais são informados de que seus filhos podem se matar se não tiverem sua identidade transgênero (4) afirmada, então é bom conhecer a realidade de tais afirmações (por exemplo, aqui, aqui e aqui) para que você possa responder seriamente ao que é claramente uma sugestão grave. Conheça as associações entre identidades trans (5) com traumas e transtornos de desenvolvimento mas também com bullying e automutilação.
- A Internet não é amiga da sua família
A maioria de nós, pais, cresceu, se não sem a Internet, então certamente antes das frenéticas mídias sociais de hoje que se espalharam pela sociedade há menos de uma década.
Nenhuma geração de pais na história anteriormente criou filhos com acesso diário sem restrições a um recurso tão vasto e sem controle, onde as crianças podem se conectar remotamente com estranhos completos e se deparar com visões extremas. On-line, todos nós podemos achar difícil descobrir a verdade objetiva e qual é a opinião subjetiva de alguém com base em suas experiências individuais.
O Youtube é propriedade do Google e o Reddit é propriedade da editora Condé Nast. Você pode acreditar que, por serem empresas multinacionais de elite, sites populares como estes seriam seguros para seus filhos. Infelizmente, isso não é verdade. As comunidades das redes sociais podem oferecer aos jovens e pessoas marginalizadas um poderoso senso de pertencimento, mas também hospedam um monte de conteúdo que pode enganar seriamente. Algoritmos de busca aprendem sobre a curiosidade da criança e mostram servirão cada vez mais do mesmo conteúdo semelhante.
Se você ainda não o viu, recomendamos que assista ao documentário O Dilema das Redes, da Netflix (6), para entender a influência que estes algoritmos têm sobre o conteúdo do que vemos online. Se julgar que seu filho/a tem idade adequada, você pode convidá-lo/a a assistir junto.
Se seu filho ou sua filha está visitando sites que lhe oferecem ideias irreais ou preocupantes sobre eles, seus corpos e seus relacionamentos, você pode remover o acesso tanto por controle parental quanto mudando suas configurações de wi-fi. |
- Desempenhar um papel ativo na escola
Você pode se encontrar na escola discutindo a identidade de gênero de seu filho e suas aspirações de transição (7). Esta é uma daquelas situações em que você pode ter que defender ativamente seu (sua) filho/a para garantir que seus melhores interesses sejam atendidos. A escola vai querer apoiá-lo na criação de seu/sua filho (a), mas eles podem ter ideias que não estão de acordo com seu senso do que é certo para sua família (8).
Aqui, você pode encontrar boas fontes de informação sobre como abordar a escola: |
Seja sempre cortês e reconheça que os professores querem fazer o seu melhor. Mas não sinta que as suposições das outras pessoas exigem que você reprima a sua preocupação natural com o bem-estar de seu filho/a. Não tenha vergonha de fazer perguntas. Se você estiver preocupado com o resultado de uma reunião, coloque as coisas por escrito para que haja um registro do que foi acordado.
Encoraje a escola a reconhecer que esta é uma questão sensível de formação de identidade na qual ela não está bem equipada para intervir, na ausência de uma estreita parceria dos pais. Como Bernadette Wren, do GIDS, disse: “As escolas podem esperar que os pais se aproximem deles antes de mudar coisas como nomes no registro, uniformes, pronomes, banheiros, esportes”. Se uma escola apenas recebe um sussurro de uma criança que pode estar questionando seu sexo e em poucos minutos eles estão fazendo tudo para garantir que essa criança seja considerada como membro do sexo oposto desde o início – isso pode não ser o melhor para essa criança”.
- Considere seus limites
Seu filho/a pode querer fazer a “transição social” – talvez até já tenha começado -, o que envolve, principalmente, se vestir com roupas e adotar um estilo de cabelo que sinalize sua filiação ao outro sexo, escolher um novo nome e pedir às pessoas que se refiram a eles usando novos pronomes (9). As meninas muitas vezes vão querer usar um binder para achatar os seios. Muitas crianças também terão lido sobre a transição médica – ou seja, alterar o corpo através de hormônios e cirurgias – e por isso podem estar desejosas por um ambulatório de gênero para ter acesso a essas intervenções.
Como os pais responderão a tudo isso será diferente em cada família e poderá mudar com o tempo. Seria útil pensar antecipadamente sobre qual o seu limite e também como explicar isso ao seu filho. Algumas coisas a considerar:
- Que impacto a mudança teria sobre os irmãos, a vida familiar ou outros alunos?
- A mudança poderia ser facilmente desfeita se os planos de seu filho mudassem?
- Algumas crianças tiveram muita dificuldade em reverter a transição social, atitude que poderia fazer com que eles sejam ridicularizados na escola.
- Será que a mudança pode impedir que seu filho pense sobre os papéis sexuais e de gênero? Em última análise, é esse pensamento que ajudará seu filho a chegar a uma compreensão madura de sua identidade de gênero que o servirá bem no longo prazo.
Todas as mudanças deste tipo são difíceis. Você provavelmente está muito apegado ao nome de seu filho/a – aquele que você passou meses escolhendo antes de ele/a nascer, e aquele que ele/a está descartando agora. É claro que esse apego pode fazer parte do que seu filho está procurando se distanciar – a adolescência é a época em que as crianças se separam de seus pais, afinal de contas.
Uma mãe australiana, Alice Hope, falou sobre sua experiência de criar uma filha adolescente que se identificou como transgênero (que mais tarde desistiu) em dois vídeos do Youtube:
Pronouns and preferred names for ROGD teens Breasts, binding and Bras for transgender or ROGD teens Dê uma olhada em nosso artigo Breast Binding: Self Harm or Gender Care? |
- Ajude seu filho a pensar de forma crítica sobre sexo e gênero
Por sexo, entendemos nosso corpo, nossa biologia. Por gênero, entendemos as idéias da sociedade sobre como os dois sexos devem se vestir, se comportar etc. Ninguém jamais mudou o sexo (embora os médicos tenham se tornado bons em fazer parecer que isso tenha sido feito). O que seu filho/a acha que aconteceria se eles fizessem as alterações? Como isso melhoraria sua vida? Como ele/a sente que o corpo com o qual nasceram o/a está atrapalhando?
Leituras recomendas:
The End of Gender by Debra Soh |
A questão da identidade de gênero está generalizada na sociedade atual e nosso trabalho como pais é ajudar nossos filhos a navegar por ela evitando danos, desde riscos desnecessários à saúde, uma educação desestruturada, prejuízos às relações familiares, ou perda de fertilidade.
A “mudança de sexo” pode ser certa para algumas pessoas, mas nunca é uma opção fácil. Alguns transexuais – pessoas que fizeram a cirurgia – estão agora expressando preocupação de que as crianças possam estar vendo apenas o marketing de venda e não as letras miúdas (por exemplo, aqui e aqui). Muitos jovens que fizeram a transição (seja médica ou social), apenas para perceber que não era o caminho certo para eles, também estão compartilhando suas experiências (por exemplo, aqui e aqui).
Não imponha a conformidade de gênero (10) e não tente modelar o comportamento que você deseja.
- Aborde questões de saúde mental e desenvolvimento
Crianças e adolescentes que se apresentam com angústia com seu gênero (11) têm mais chances de ter múltiplos outros problemas de saúde mental. Muitos pais relatam que estas são anteriores às questões de gênero, muitas vezes por muitos anos.
Pode ser muito mais fácil para os serviços de saúde mental atribuir as dificuldades que seu filho/a está tendo exclusivamente à sua desconforto de gênero (12), ao invés de uma multiplicidade de outros fatores que contribuem para isso, tais como bullying, história de trauma, problemas de imagem corporal, questionamento da emergente da sexualidade ou neurodesenvolvimento.
Tente explicar suas preocupações de que outras questões não são vistas através da perspectiva de gênero, mas contextualizadas em sua história física, de desenvolvimento e de saúde mental.
Independentemente das questões de identidade de gênero, é vital cuidar das outras necessidades das crianças. Questões como o autismo são realidades que podem levar muito tempo para serem ajustadas. As escolas podem fazer adequações úteis quando apropriado, mas muitas vezes somente se houver um diagnóstico formal.
Ao escolher um (a) terapeuta, tome cuidado para que eles vejam seu filho/a por inteiro, e o/a ajude a explorar seus sentimentos em vez de simplesmente afirmar uma identidade de gênero que pode ser por si só uma manifestação de sua angústia.
Leitura adicional: |
- Estar preparado para o longo prazo
Quando uma criança se declara trans, quer ela perceba ou não, os pais podem estar procurando uma “solução”. O que pode tomar a forma de inquestionavelmente “afirmar” a nova identidade da criança – pedir que a escola mude seu nome, providenciar roupas novas, ensinar a si mesmos que, onde você costumava ter um filho, você agora tem uma filha, e vice e versa – para que o ‘problema’ seja superado no menor tempo possível.
Ou, talvez, os pais verão perigo em cada livro de anime e sub-cultura adolescente e arranjarão um (a) terapeuta para seus filhos, embora eles não estejam prontos para falar.
De qualquer forma, talvez seja melhor pensar na identidade trans (13) como um processo gradual que provavelmente ocupará seu filho por pelo menos um ano e provavelmente por muito mais tempo.
Qualquer que seja o resultado final, identificar como trans é provavelmente algo que seu filho/a sentirá que ajudou a moldá-lo/a. Tente não deixar a identidade trans dominar sua vida ou a deles, e tome decisões visando ao longo prazo.
- Ajude seu filho a viver uma vida boa
Por alguma razão, seu filho/a identificou em seu próprio corpo a origem de seus problemas. Se você puder, tente fazer com que ele/a comece a olhar para o mundo ao seu redor, em vez de suas experiências internas, onde a questão gênero domina. Tente manter as coisas o mais normais possível: ir à escola, a clubes e passatempos e sair de casa.
Ajude seu filho/a a reconhecer quando suas demandas ou comportamentos podem estar impactando a vida familiar, especialmente seus irmãos (14). É muito fácil de ser consumido pelo apoio ao seu filho/a trans-identificado/a, mas os irmãos também precisam de sua ajuda.
Crianças mais novas podem achar especialmente difícil lidar com seus próprios sentimentos em torno da mudança de identidade de um irmão e podem ficar bastante confusas com o que vêem e ouvem ao seu redor. Converse com eles de forma que eles possam entender e fazer parte da conversa familiar. Assegure-se de que as escolas e o local onde seus outros filhos frequentam estejam cientes do que está acontecendo em casa, para que eles possam fornecer apoio adicional onde e quando for necessário.
Encoraje seu filho a se participar de qualquer atividade envolva passar menos tempo online ruminando sobre seu gênero (15) e modele você mesmo este comportamento. Se você quiser que ele/a se engage com o mundo, você também precisa fazer isso. Se você o quer longe dos eletrônicos, você precisa se desgrudar dos seus também. |
- Cuide de si mesmo (a)
Finalmente: ser mãe ou pai de um(a) adolescente pode ser cansativo no melhor dos momentos. Ter um filho/a trans-identificado pode colocar tensões adicionais na vida familiar.
A questão das “crianças trans” é uma das mais acaloradas da sociedade atualmente. Não sinta que você precisa estar por dentro dos últimos posts ou debates nas mídias sociais.
Mesmo que você sinta que a ideologia de gênero (15) tenha prejudicado você e sua família, não sinta que é sua responsabilidade reverter o fenômeno com um todo. Por enquanto, de qualquer forma, ele está presente em toda a sociedade e sua primeira prioridade é você e seus entes queridos.
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Notas da No Corpo Certo
(1) Faz tempo que a nossa campanha, dentro do compromisso de passar informações corretas, utiliza “trans” entre aspas. Assim como seres humanos não mudam de raça e portanto não podem ser “transraciais”, também não mudam de sexo e portanto não podem ser “transexuais” ou “transgênero”.
(2) Se “ser trans” é impossível, já que, repita-se, seres humanos não mudam de sexo, então da mesma forma estão viciadas as palavras derivadas desse termo, como “transfobia”. Voltaremos a esse termo e às suas implicações legais sobre a população no futuro.
(3) “Identidade de gênero” é uma ideia apenas. Não tem comprovação científica alguma de sua existência; médicos que lucram com esse nicho de mercado inventaram que seres humanos teriam uma e que ela poderia ser “incongruente” com o sexo. É como falar em “almas femininas” que brotam magicamente no corpo de alguns homens ou “espíritos masculinos” dentro de certas mulheres: as pessoas têm o direito de acreditar nisso, como em qualquer crença religiosa, filosófica, política e existencial, mas não de opor sua crença aos demais.
(4) Não existem “identidades transgênero”. Homens e mulheres são seres humanos e não “identidades” separadas de seu sexo.
(5) Não existem “identidades trans”. Apenas homens e mulheres, os quais permanecem homens e mulheres até o fim da vida.
(6) Reitero a recomendação (link do filme aqui). E mesmo que você tenha visto na época, vale a pena rever, sobretudo se você é pai ou mãe!
(7) “Transição” é um termo que preferimos usar entre aspas porque, se seres humanos não mudam de sexo, nenhuma “transição” é real. Pode-se mudar de guarda-roupa, de estilo de cabelo ou fazer modificações corporais mais ou menos radicais, mas só.
(8) Escolas são um espaço propício para que crianças e adolescentes sejam aliciados por transativistas e seus apoiadores, seja para conduzi-los ao nicho de mercado da medicina “trans”, seja para convencer meninas de que homens e rapazes em seus banheiros seria adequado porque eles “se sentem” mulheres e meninas. Mães e pais devem prestar absoluta atenção em quem está indo palestrar nos colégios e qual exatamente seria o teor da palestra, bem como atentar para o que professores e professoras estão ensinando acerca desse tópico e o que consta programado para eventos do tipo “semana da diversidade” ou “gênero na escola”. Particularmente no Estado de São Paulo, as escolas foram muito cooptadas, havendo até mesmo, no momento, uma professora, Amanda Tabarelli, sendo perseguida por dizer que homens e mulheres se diferenciam biologicamente pelo sexo. Veja o artigo que escrevemos tempos atrás sobre escolas.
(9) A prática de mudar os nomes e pronomes de menores de idade para sugerir que mudaram de sexo configura uma intervenção que pode ter como consequência fixar a ideia de que essa mudança poderia acontecer. Nós falamos mais sobre “nome social” neste artigo; lamentavelmente, a mudança de nomes de menores de idade é defendida por diversos candidatos e candidatas transativistas nas eleições deste ano, como “Benny Briolly” (PSOL-RJ).
(10) Os autores e autoras do artigo original querem dizer, com apoiar a “não conformidade de gênero”, que pais podem e devem permitir que seus filhos tenham brincadeiras, cortes de cabelo e preferências culturalmente restritas ao sexo oposto. Contudo, saiba que há defensores do transgenerismo que utilizam essa expressão para se referir a apoiar a ideia de que indivíduos possam “ser trans”. Obviamente, são ideias conflitantes.
(11) Um dos problemas do termo “gênero” é que ele significa coisas diferentes para pessoas e organizações diferentes. Aqui, entendemos que o correto é dizer angústia com seu sexo.
(12) De novo: a palavra ideal aqui seria sexo.
(13) A ideia de “identidade trans” é incompatível com o fato, inquestionável, que seres humanos não mudam de sexo. Vale pensar, também, em como estes meninos e meninas (rotulados como “crianças e adolescentes ´trans´ e ´travestis´”) e suas famílias são absorvidos por esse tópico. Se você tem o hábito de, vez ou outra, ver perfis de “mães de ´crianças trans´”, verá que a vida passa a girar em torno disso.
(14) Existe um ótimo vídeo no Youtube sobre o impacto que a prática de dizer que uma garota ou garoto seria do sexo oposto causa sobre irmãos e irmãs. Tem interesse em traduzir e legendar pra gente? É do canal Advocates Protecting Children (Ativistas Protegendo Crianças).
(15) Sei que o termo “ideologia de gênero” é polêmico. Mas, conforme expliquei tempos atrás na segunda parte desta live que upamos no Youtube, a única definição de “gênero” que poderia fazer algum sentido é a que o situa como a imposição de comportamentos, preferências, brincadeiras, vestuários etc. a um único sexo – por exemplo, “homem não chora”. Logo, ele só pode ser ideológico (além de nocivo), pois não existe, biologicamente, um comportamento, preferência, roupa etc. que só possa ser adotado exclusivamente por um sexo. Pelo contrário, a prática mostra que seres humanos sempre apresentaram uma grande variedade nesse sentido ao longo do tempo espaço (lembre-se das batas, que tecnicamente são vestidos, usadas por homens em certos países da África e Oriente Médio ou dos povos indígenas norte-americanos nos quais eles usavam e ainda usam cabelos longos).