Cara leitora, caro leitor,

 

espero que você tenha tido um bom Natal e que tenha um Ano-Novo feliz. Que o senso de mudança que as viradas trazem nos estimule a continuar nossa luta pela realidade do sexo sobre as fantasias de “gênero”.

Dentro dessa luta, que é internacional, está sendo travada no Brasil uma batalha, para garantir esportes separados por sexo no Estado do Rio Grande do Norte. A Coletiva Raízes da Luta avisou, nesta postagem do Instagram e em mensagens disseminadas pelo Whatsapp (da qual retiro o texto que se segue), que

“No Rio Grande do Norte, no dia 12/11/2023, foi votado e aprovado o Projeto de Lei n.° 162/2022, do deputado Coronel Azevedo, que estabelece o sexo biológico como único critério para definição de gênero dos atletas em competições esportivas no estado. O projeto agora segue para sanção da Governadora Fátima Bezerra (PT), a qual historicamente tem demonstrado apoio ao movimento transativista e com isso, há grandes chances de veto ao PL.

Sabemos da importância, para as mulheres, das categorias esportivas serem dividas por Sexo. Pedimos que em solidariedade e para mostrarmos a força das mulheres, que as coletivas escrevam um texto em apoio ao PL e enviem para a governadora. 

O email do governo do estado é: [email protected]

Assunto do email: Apoio ao PL 162/2022

No email: Pedir que carta de apoio seja enviada a Governadora Fátima Bezerra.

Grata pela atenção e estamos à disposição”

 

Segue, abaixo, a carta que enviei à Governadora nesta semana. Espero que você envie também e convide outras pessoas a enviar; se desejar, é claro que pode copiar a minha. Será uma honra.

Tenho andado bem cansada de repetir o óbvio e isso se reflete na dificuldade em produzir conteúdo para as redes sociais e de responder às dezenas de e-mails. Peço desculpas. Também tenho refletido muito sobre os rumos da campanha, as minhas estratégias e prioridades. Voltamos a nos falar ano que vem.

 

Abraços,

 

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo

 

Carta à Governadora Fátima Bezerra sobre esportes separados por sexo

 

 

Excelentíssima Senhora Governadora,

 

meu nome é Eugênia Rodrigues, sou jornalista e porta-voz da campanha No Corpo Certo. A senhora pode conhecer mais sobre nós em nosso site (www.nocorpocerto.com). Fui informada, através de uma organização de mulheres sediada no seu Estado chamada Raízes da Luta, que há um projeto de lei protocolado para retomar a separação dos esportes por sexo. Trata-se do Projeto de Lei n.° 162/2022, do deputado Coronel Azevedo, que foi, no dia 12/11/2023, votado e aprovado pelos representantes eleitos pelo povo do Rio Grande do Norte.

Eu já escrevi sobre esse tema em 2020, quando da propositura de um projeto de lei similar no Estado de São Paulo. Publiquei um artigo, modéstia à parte bem-feito e equilibrado, chamado  “Trans nos esportes – uma análise racional à luz do PL 346 do Estado de São Paulo”, que a senhora pode ler aqui. Ali, comentei acerca das vantagens biológicas de atletas homens que se autodeclaram “trans” e a manipulação realizada por transativistas, seus apoiadores e pela mídia sobre a sociedade em geral.  

É claro que substituir o critério do sexo por qualquer outro é ruim para as meninas e mulheres e que beneficia, exclusivamente, atletas homens, particularmente os medíocres. Uma breve consulta ao Google mostrará, além de textos pateticamente tentando defender essa (falsa) inclusão, os resultados obtidos nos esportes femininos por rapazes e adultos que se colocam como alguém do sexo oposto. Vendo tantas pessoas e organizações dizendo o contrário mostra o quanto são ambos os grupos, pessoas e organizações, manipuláveis ou corruptíveis, seja a corrupção em troca do dinheiro, seja a feita por medo de punições, de cancelamentos, dos que gritam, histéricos, que não se pode “concordar com a direita”. Mas é claro que se pode, sim, concordar com “a direita”, com “a esquerda” ou com qualquer um que esteja expressando a verdade. Porque, queira-se ou não, o projeto do Coronel expressa a verdade dos fatos, bem como, garanto, o desejo da quase totalidade da população mundial.

Sei que a senhora é filiada ao PT, Partido dos Trabalhadores, que é um partido de esquerda, e é possível que se sinta constrangida em sancionar com projetos de lei e parlamentares oriundos de partidos que estão em seu extremo oposto na política brasileira. Certamente, já está sendo pressionada para não fazê-lo; talvez tenha sido, já, ameaçada de sofrer um procedimento administrativo interno caso escolha o lado de meninas e mulheres. Teme o cancelamento, a horda de histéricos na internet e na vida real gritando que escolher a realidade seria “transfobia”, que bradam por “inclusão” e “diversidade” enquanto retiram nossos direitos e mutilam nossas crianças em ambulatórios de “identidade de gênero”.

E, no entanto, é a única atitude honrada que a senhora poderia fazer. Peço, encarecidamente, que sancione o projeto.

Sabe, a Eugênia de agora (2023, quase 2024) faria um texto diferente sobre esse tópico – na verdade, já estou fazendo. À época, atendendo a pedidos, eu “peguei leve” e foquei nas vantagens biológicas de homens sobre mulheres; inclusive legitimei a ideia de “trans” no título do artigo. Hoje, eu escreveria uma variação em torno desta frase que circula faz tempo entre os que se agarram à realidade do que são homens e mulheres e resistem, a um grande custo profissional e pessoal, ao apagamento do sexo perpetrado pelas políticas transgeneristas: “´Mulheres trans´ deveriam ficar longe dos esportes femininos não porque têm vantagens biológicas, mas porque são homens”.

E é isso, cara governadora. Os esportes femininos são privativos de meninas e mulheres, assim como banheiros femininos, vestiários femininos e quaisquer espaços femininos. A ideia de “trans”, o transgenerismo, é incompatível com os direitos do sexo feminino e com uma sociedade ética – afinal, meninos e homens, independentemente de suas posições políticas, também têm o direito de dizer o que são seres humanos na realidade. A senhora, no fundo, sabe que o parlamentar Nikolas Ferreira, também seu opositor político sofreu uma condenação injusta. Ele não mentiu; “transfobia” é a criminalização da verdade.

Paremos de mentir. Nenhum menino é menina, nenhum homem é mulher. Se a mudança de sexo em seres humanos é impossível, então “trans” não é real – que não significa que o sofrimento de uma parte desses indivíduos com seu corpo não seja real. E esse sofrimento, caso configure um diagnóstico em saúde , deve ser tratado de maneira ética – sem mentiras ao paciente, sem mutilações, sem destruir direitos de outros grupos.

Sei que a senhora tem medo. Eu também tenho. Mas os meus princípios éticos são maiores que o meu medo. Espero que os seus também o sejam. 

 

Abraços,

 

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo