Caro leitor, cara leitora,

 

recebemos e publicamos para vocês o desabafo de “Coral Palmeira”, uma jovem lésbica do Estado de São Paulo exposta por suposta “transfobia” – que é como transativistas e apoiadores classificam o direito à orientação sexual (baseada, é óbvio, no sexo e não em “gênero”. Antes, uma breve explicação.

Uma das consequências das políticas de apagamento do sexo (“trans”) é a destruição do direito à orientação sexual. Se o sexo não define o que é um homem ou uma mulher, então orientar-se com base no sexo e não em “gênero” (estereótipos) seria errado – “transfóbico”, “excludente”, “ultrapassado”. Assim, a invenção da sigla “LGBT” e seus derivados é, por natureza, homolesbofóbica. Lésbicas, gays e bissexuais lutaram pelo respeito ao direito de se relacionarem com pessoas do mesmo sexo ou de ambos os sexos. Partidários dessas políticas estão legitimando a pressão, sutil ou explicitamente violenta, para que lésbicas e gays (e também pessoas heterossexuais) se relacionem com quem não querem.

Um exemplo é o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Em 22 de agosto, a organização divulgou em site que a vereadora Mônica Benício, do Rio de Janeiro, “registrou queixa-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância nesta terça-feira (22) para denunciar graves ameaças de ´estupro corretivo´ que recebeu em seu e-mail. Na mensagem, o agressor diz que esta seria uma forma de ´tratamento para reversão da sua orientação sexual´”. Ora, o PSOL, através de seus filiados e filiadas, faz exatamente a mesma coisa que o emissor do e-mail – há anos. Um exemplo foi a atitude, no ano de 2021, da “Bancada Feminista” (sic) do partido na Câmara dos Vereadores, que conta com o indivíduo que utiliza o nome de “Erika Hilton” como ocupante de cargo de vereança. Conforme matérias publicadas à época como esta do Correio Braziliense, “O  vereador Fernando Holiday (Novo) foi denunciado nesta sexta-feira, 29, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Transfobia pela Bancada Feminista, formada pelo mandato coletivo do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo. Além do camarista, o seu coordenador político, Lucas Pavanato, também foi incluído na denúncia”. O pivô foi a divulgação desta matéria da BBC, traduzida para o português, cujo título é, precisamente, “As lésbicas acusadas de transfobia por recusarem sexo com mulheres trans”.

 

(Fonte)

 

Quero acreditar que a maioria dos que defendem as políticas de apagamento do sexo (“trans”) não são nem estupradores e nem gostariam de incentivar o estupro ou qualquer outra forma de pressão, mesmo “delicada”, para que nós tenhamos relações sexuais com quem a gente não tenha vontade. Porém, uma coisa é consequência da outra e muita gente, em especial lésbicas como Coral, irão sofrer as consequências.

 

Abraços e até a próxima.

 

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo

 

 

Sobre exposição na Internet e o compartilhamento dos meus conteúdos por outra pessoa através da perspectiva distorcida e difamatória sobre a realidade dos fatos

Autoria: Coral Palmeira

 

(Influencer: Qualquer pessoa que lucra e lacra expondo pessoas que não compactuam com a sua narrativa aprovada pelo capitalismo. O selo da aprovação é a entrega dos conteúdos para muitas pessoas fazendo com o crescimento dos fiéis – seguidores).

Fui exposta por um influencer skatista que se diz “trans-lésbica”, ou seja, um homem que se identifica como mulher e se atrai por mulheres. Isso aconteceu em dois canais de comunicação da internet: Instagram e TikTok.  Fui perseguida, também, por causa dos meus comentários apresentando a realidade biológica aos seguidores dessa outra postagem de uma outra influencer.

 

Estou sendo difamada nos comentários da postagem como “INCEL, perturbada, feia, desinteressante, conservadora preconceituosa, desonesta”, “jogar contra o próprio time”, pessoa que “gera discórdia na luta das mulheres ao invés de juntar as forças” e ameaças de se me encontrasse na rua ou parávamos no departamento de polícia  ou hospital. Tudo isso com um rótulo “TERF”, quando a Feminista Radical é uma mulher que luta pelos direitos de meninas e mulheres na sociedade. Faço isso com uma narrativa que apresento com linguagem simples, às vezes infantil como dito; quando alguém diz infantil isso é associado a docilidade e ingenuidade, porém sou assertiva e baseada na realidade. Talvez por essa abordagem ser tão clara, incomodou a pessoa que intitula “as TERF”s como mulheres “feias altamente perigosas e violentas”. Me retratando como infantil e confusa, insinuando que eu teria “problemas mentais e fortemente perturbada”, “Terrivelmente Perigosa”; um dos comentários insinua ainda que eu gostaria ser o que eles são.

Eu realmente sou intelectualmente perigosa, como recentemente disse para mim um engenheiro marxista da vanguarda. Minha maior ferramenta é minha bagagem cultural e conhecimento e através delas compartilho minhas ideias com estratégia. Um pastor certamente me disse: “O óbvio tem de ser dito e o bom combate se vence com o cérebro e não na força do braço”. Esses dois conselhos seguem me acompanhando mesmo após meu desligamento total da religião protestante; respeito todas, porém não concordo com a hierarquia patriarcal presente em todas quando analisamos ao fundo.

Eu sou em essência uma democrata de espírito coletivo. O que me guia são meu caráter e virtudes bem enraizados, sendo eu mesma, na vitória e na derrota da vida.

Aceito o pensamento divergente, livre e honesto. Assim como ocorre em debates que são o espaço social determinado para uma disputa de narrativas, na internet esse espaço são os comentários abertos ao público para dialogar sobre o tema apresentado e proposto. Quando não se há diálogo, torna-se ditadura, impera-se o autoritarismo, onde apenas uma narrativa é lei e deve ser aceita sem ressalvas.

Assinado: @coralpalmeira