Caro leitor ou cara leitora, 

 

Chloe Coe (foto abaixo) é uma adolescente de 17 anos. Nem no Brasil e nem em boa parte dos países do mundo ela poderia consumir álcool, fazer tatuagens ou ser responsabilizada criminalmente. Contudo, médicos e ativistas conseguiram convencer a ela, sua família e o sistema de saúde de seu país que, mesmo menor de idade, ela poderia compreender e consentir com as mutilações oferecidas em ambulatórios de “identidade de gênero”. Estes profissionais prescreveram e ministraram a ela hormônios sintéticos bloqueadores de puberdade e testosterona dos 13 aos 16 anos e cortaram seus seios quando ela tinha apenas 15 anos. Ela destransicionou aos 16.


(Fonte. #pratodosverem: menina séria de cabelos curtos abraçando um cachorro à esquerda e a mesma menina, agora sorridente e de cabelos mais longos, à direita).

 

“Eu não entendia realmente todas as ramificações das decisões médicas que eu estava tomando”, declarou ela à Fox News em julho. “Eu estava, sem saber cortando fora meu verdadeiro eu do meu corpo, irreversivelmente e dolorosamente (…) Eu não sei se eu serei capaz de gerar uma criança e eu poderei ter risco aumentado para certos tipos de câncer, sobretudo o de útero (…) E porque eu não tenho mais meus seios… eu não estou apta a amamentar nenhuma criança que eu venha a ter no futuro (…) Essa percepção, na verdade, foi uma das maiores coisas que me levaram a perceber que este não era o caminho que eu deveria ter tomado (…) Nenhuma criança deveria experimentar o que eu passei”.

Quando perguntada pela Fox sobre que mensagem ela gostaria de passar para o grande público, ela respondeu: “Não transicionem seus filhos. Se você está considerando transicionar, por favor, aguarde até você ser um adulto totalmente formado. Transicionar pode danificar seu corpo e mente de maneiras que nós podemos não compreender totalmente”. Vale a pena ler toda a matéria; se você não entende inglês, basta clicar com o botão direito do seu mouse e escolher a opção “Traduzir para o português”).

Ainda que a grande mídia raramente questione a própria noção de “trans” em si, há nos Estados Unidos, ao menos, mais discussão pública sobre estes assuntos que no Brasil. Diferentemente do que fazem os veículos nacionais, que basicamente “copiam e colam” o que os médicos de ambulatórios de “identidade de gênero” e ativistas e organizações “trans” e “LGBT” encaminham, lá fora é possível ler falas em jornais de grande circulação vindas de profissionais de saúde críticos como os drs. Michael Laidlaw e William Malone. Essa matéria da Fox por exemplo ouviu, além de Chloe, o cirurgião Joseph Ladapo – que é negro, aliás, o que contraria a falsa equivalência que alguns fazem entre racismo e “transfobia”. Ele testemunhou a favor da “Rule 59G-1.050, que busca proteger os recursos do MedicAid de serem direcionados para mutilações hormonais e cirúrgicas da medicina “trans”, como é feito com os recursos do SUS no Brasil: 

“´A medicalização de menores com disforia de gênero pode avançar as visões políticas de médicos envolvidos nesse tipo de cuidado, mas os dados que mostram quaisquer benefícios para as crianças de verdade são extraordinariamente fracos´, o cirurgião-geral disse à Fox News Digital. ´O modelo afirmativo apresenta um risco inaceitavelmente alto de danos´. ´Pais são ameaçados com o medo do suicídio, mas os tratamentos não demonstraram reduzir esse risco”, ele acreescentou. ´Estes pacientes precisam de cuidado compassivo para o seu bem-estar emocional e mental – não serem enredados em visões políticas sobre sexo/gênero´”. 

(Fonte. #pratodosverem: homem negro de terno sorridente).

 

Resta saber se os pais ouvirão os apelos das pessoas destransicionadas e dos profissionais conscientes. Afinal, a indústria das identidades sintéticas capturou tantas instituições e indivíduos que é quase impossível aceitar que tantos estariam mentindo, seja por desinformação ou dolo. Por exemplo, o senador e ativista “LGBT” Scott Wiener propôs um projeto de lei para burlar essas conquistas, o SB 107 ou “Trans Refugee Bill”. De acordo com o projeto, os pais que queiram castrar os próprios filhos podem burlar as leis de seu Estado, simplesmente, castrando-os na Califórnia. Ao contrário do Brasil, no qual a Resolução nº 2265/19 do Conselho Federal de Medicina, por ser federal, está sendo aplicada em todo o nosso país, lá nos EUA os Estados da Federação podem ter leis diferentes sobre esse e outros temas e alguns deles conseguiram aprovar leis proibindo a mutilação hormonal e ou cirúrgica de menores de idade com base em diagnósticos de “gênero” – mesmo que os próprios pais queiram mutilá-los. 

A proposta do senador já é realidade no Brasil e os noticiários brasileiros, assim como certos políticos locais, tiveram e têm um papel importante para garantir que os pais levem seus filhos a ambulatórios de “identidade de gênero”. Esta matéria da Folha sobre ambulatórios brasileiros propagandeia: “Quem mora longe das unidades que oferecem esse tipo de serviço tem direito ao Tratamento Fora do Domicílio, uma ajuda de custo para alimentação, deslocamento e pernoite bancada pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”. O texto não cumpre o dever jornalístico de ouvir o outro lado: não informou sobre efeitos colaterais das substâncias, não entrevistou médicos críticos e obviamente não questionou o que seria uma criança ou adolescente “trans”. Mais: repare como a Folha manipula o seu lado emocional escolhendo fotos de uma criança e sua mãe cercados de muito cor-de-rosa e bonecas. Seria a preferência por essa cor ou por esse brinquedo uma “prova” de que se é menina ou mulher?

(Fonte. #pratodosverem: print do trecho da matéria que citamos e imagens de uma criança com a mãe junto a uma parede rosa, uma casa de bonecas rosa com itens rosa e bonecas do tipo Barbie, mais uma foto da mãe de vestido rosa com a criança com um vestido colorido, incluindo a cor rosa).

 

Os pais nessa situação também precisam cavar fundo na internet para encontrar organizações sérias como a PITT (“Parents with Inconvenient Truths about Trans” ou “Pais com Verdades Inconvenientes sobre o Trans”). Eles fizeram um alerta em relação ao projeto de lei do senador e ativista “LGBT” e que consta do texto citado anteriormente:

“O mais alarmante é que esse projeto exige apenas que a criança – não as crianças e os pais – se façam presentes na Califórnia com o objetivo de obter cuidados de afirmação de gênero ou cuidados em saúde mental afirmativa de gênero. Isso, é claro, vai abrir uma enchente de crianças, independente da aprovação de seus pais ou responsáveis, entrando no Estado”.

Além do uso de políticos e da mídia, outra maneira de manipular os pais de crianças e jovens que se autodeclaram “trans” é vincular os supostos “direitos trans” aos direitos de meninas e mulheres – quando qualquer noção de “trans” necessariamente apaga os direitos baseados no sexo e portanto a “transição” infanto-juvenil não viola só o direito à saúde de menores de idade de ambos os sexos, mas também as proteções às meninas. Influenciados por médicos e ativistas adultos, os meninos declarados “meninas trans e travestis” e seus pais exigem que os mesmos estejam nos espaços delas, como banheiros, vestiários e esportes, reproduzindo o que já acontece com homens adultos que se autodeclaram “transexuais, travestis e transgênero” há décadas. Insistimos: é impossível apoiar a medicina “trans” e, ao mesmo tempo se dizer ao lado delas”; a agenda “trans” é anticrianças e antimulheres.

Finalmente, mais uma outra técnica de manipulação, sobre a qual já falamos no nosso site diversas vezes, é através da sigla “LGBT”, vinculando o “T” (“identidade de gênero”) à mais do que justa luta dos LGB pela orientação sexual. Por exemplo, o governo Biden, em seu primeiro dia de governo, lançou a “Executive Order on Preventing and Combating Discrimination on the Basis of Gender Identity or Sexual Orientation” (“Ordem Executiva para Prevenir e Combater a Discriminação com base em Identidade de Gênero ou Orientação Sexual”, que pode ser lida aqui). O governo estadunidense utilizou portanto o direito à orientação sexual para redefinir o Título IX, que visava originalmente a proteger a discriminação baseada no sexo, interpretando-o como “inclusivo” da ideia de “identidade de gênero”. Essa “inclusão” é na verdade exclusão, pois destrói todos os direitos das meninas baseados no sexo como os espaços separados por sexo em geral (banheiros, vestiários e esportes) – afinal, espaços e direitos não podem ser ao mesmo tempo separados por sexo e por “identidade de gênero” ou “gênero”. Escolas que insistissem em proteger as meninas foram ameaçadas pelo Departamento de Agricultura de não receberem verba para os programas alimentares destinados a alunos e alunas pobres. Sim, você leu certo – escolas norte-americanas precisam escolher entre proteger o banheiro das meninas e fazer crianças passarem fome.

Outro exemplo dessa tática se deu no dia 15 de junho deste ano, quando Biden assinou mais uma ordem executiva que usa o direito à orientação sexual (“LGB”) e o direito à saúde de pessoas com DSD´s ou intersexo (“I”) para passar a agenda “trans” e “queer” (“TQ”). Foi a chamada “Executive Order on Advancing Equality for Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, Queer, and Intersex Individuals” (acrônimo: “LGBTQI+” ou “Ordem Executiva para Avançar a Equidade para indivíduos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer e Intersexuais”). A norma exige que os serviços de saúde norte-americanos financiem os serviços mutilatórios eufemisticamente chamados de “transição de gênero”. As medida foram criticadas inclusive por pessoas adultas que se autodeclaram “trans”, como Scott Newgent, que você talvez conheça do nosso canal do Youtube e que tem um site dedicado ao fim da “transição” de menores de idade. No dia 24 de julho, anunciou-se que o Twitter suspendeu sua conta.

Considerando as muitas formas pelas quais os pais são manipulados, é compreensível que se sintam divididos em como melhor atender seus filhos e filhas mesmo à vista de histórias como a de Chloe. Se pudéssemos dar um único conselho sobre este assunto, seria: fale a verdade para eles. Que ninguém “é trans”, que não há nada de errado com o corpo deles e que qualquer pessoa que queira convencê-los do contrário é desinformada ou mal-intencionada. Aceitar a realidade é o melhor que podemos fazer para eles e para a o bem comum.