#Transterrorismo
(Fonte. #pratodosverem: print de um trecho da filmagem publicada pelo canal do Youtube “Let Women Speak” (“Deixem as Mulheres Falar”) em que é mostrado um homem encostando a ponta da faca no pescoço de uma mulher).
No dia 21 de março de 2023, denunciei a elaboração e disseminação de um dossiê, supostamente de autoria de um membro da ANTRA, que expôs brasileiras e estrangeiras como “transfóbicas”, com seus nomes e fotos. No último sábado, 25 de março, a dona de casa britânica Posie Parker, pseudônimo de Kellie-Jay Minshull, foi atacada quando ia discursar num evento na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, cujo nome, por ironia, era “Let Women Speak” – “Deixe as mulheres falarem”. Uma multidão enfurecida de homens praticou ações como ameaçá-la com uma faca (foto acima), jogar molho de tomate para que ela parecesse coberta de sangue, empurrá-la e vaiá-la. A própria polícia neozelandesa se confessou impotete para garantir a segurança da mãe de quatro filhos; conforme ela declarou, a polícia “genuinamente acredita que eu tive sorte de estar viva. O conselho foi que eu deveria voltar para casa” (1). Finalmente, nesta segunda-feira, dia 27 de março, uma mulher que se autodeclara “trans” invadiu uma escola religiosa em Nashville, nos Estados Unidos, e matou três adultos e três crianças. As crianças tinham apenas 9 anos.
Inicialmente, havia dúvida se se tratava de um atirador que se diz mulher ou uma atiradora que se dizia homem – Audrey também usava o nome de Aiden, que é masculino. Mas logo a imprensa começou a se referir a ela no feminino – o que é curioso, pois quando se trata de homens que se dizem mulheres, a imprensa se curva imediatamente aos pronomes escolhidos por eles. De acordo com a polícia, ela deixou um manifesto, o que pode apontar para um motivo para o crime: com frequência, pessoas religiosas e ou conservadoras são apontadas como “transfóbicas”, e “discriminatórias com as pessoas trans”; o próprio dossiê brasileiro culpabiliza explicitamente supostas “fundamentalistas religiosas”. Por coincidência ou contágio social, no dia 27 de março a imprensa divulgou que um aluno de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro pessoas em São Paulo e que outro, de 15 anos, tentou esfaquear colegas no Rio de Janeiro. Audrey morreu no confronto com a polícia.
A imprensa não poderia ignorar um tiroteio em massa. Já o dossiê atribuído à ANTRA e a agressão a Posie estão sendo escondidos do público ou minimizados; a Folha de São Paulo, dias depois da divulgação do documento, legitimou a narrativa da ANTRA de que projetos de lei contra a linguagem neutra e a hormonização infanto-juvenil seriam “antitrans” e o The Guardian e o NZ Herald também nomeou Posie como uma ativista “anti trans”. Políticos, militantes pelos direitos das mulheres ou da infância e celebridades também escolheram o silêncio, com raras exceções como o perfil brasileiro Sou ser Mulher e a escritora JK Rowling (a qual foi inclusive apoiada pelo destransicionado Oli London, o rapaz que ficou conhecido por se declarar e fazer modificações corporais para parecer “uma mulher asiática”). Um dos poucos veículos que se colocou de maneira contramajoritária foi o Spectator, que publicou um artigo chamado “A vergonhosa perseguição de Posie Parker na Nova Zelândia”. A comparação que eu havia feito com a caça às bruxas também foi feita por eles. Veja:
“É assim que deve ter sido quando as mulheres marchavam para a forca. Ontem, em Auckland, a militante britânica pelos direito das mulheres Posie Parker se viu cercada por uma raivosa e arfante multidão. Eles jogaram sopa de tomate e cartazes em seu rosto. Ela foi encharcada com água. Homens enormes gritavam insultos e palavrões no rosto dela. Os empurrões da multidão se tornaram tão intensos que Parker temeu por sua vida. ´Meus filhos perderiam a mãe deles e meu marido perderia sua esposa´.
Foi mesmo um espetáculo realmente arrepiante. Os rostos na multidão viraram máscaras de um ódio feroz. Eles berravam em frenesi enquanto a diminuta Parker, com seu cabelo loiro manchado de laranja da sopa jogada nela, desesperadamente tentava abrir caminho para a segurança de um carro de polícia. Era o envergonhamento ritualístico de uma bruxa, uma purga violenta de uma herética”.
Pois bem.
O discurso e as políticas transgeneristas foram impostos à população, primeiramente, através da medicina, com a invenção da categoria do “transexual”, termo ilusório já que seres humanos não mudam de sexo (o que não significa que não possam ter disforia/dismorfia). Em um segundo momento, exigiu-se o alargamento dessa categoria para conter indivíduos que não necessariamente têm um diagnóstico de saúde e ou interesse em modificações corporais radicais (“transgêneros”, “trans”, “não binários”, “as travestis” etc.). Foram e são utilizadas inúmeras ferramentas: a adesão a causas justas como a dos LGBs, através da invenção da sigla LGBT e seus derivados, o financiamento de militantes que dizem representar as mulheres, a eleição de indivíduos autodeclarados “trans”, o uso de menores de idade rotulados como “crianças trans”, a invenção de figuras jurídicas como “transfobia” etc. Ocorre que nem sempre essas táticas funcionam e, então, parte-se para a violência em sentido mais específico, frequentemente minimizada como uma “reação” à “transfobia”. Essa violência pode ser psicológica, patrimonial, política, física etc.
O dicionário Oxford define terrorismo como “1. modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror” e “emprego sistemático da violência para fins políticos, esp. a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder”. Se qualquer outro grupo fizesse ações como as de transativistas e seus apoiadores, já teria sido apontado como terrorista ou, no mínimo, como antissocial.
Eu proponho que apontemos, com clareza, que estamos diante, cada vez mais, de atos de terrorismo. #Transterrorismo.
Alguém poderia argumentar que os responsáveis pelas ações acima não representam o grupo que se autodenomina de “pessoas trans”. Contudo, isso não faz diferença, porque é em nome não só delas, mas de uma ideia, das supostas “identidades trans”, que essas ações foram e são praticadas. Na fé fanática de que a sociedade deva redefinir o que são homens e mulheres, retirando-se a característica do sexo e colocando-se em seu lugar termos metafísicos, vagos e ou sem comprovação científica.
Não há outro caminho que não reconhecermos que médicos, há cerca de 100 anos atrás, cometeram um erro gravíssimo ao iniciar a comercialização, a título de tratamento, de um serviço que força a sociedade a mentir sobre a realidade. E que esse erro foi ampliado ao longo do século passado e sobretudo neste, ao estender a mentira a crianças e a qualquer um que simplesmente se autodeclare “trans”. Como nos desenhos animados antigos, uma pequena bola de neve que se transformou em uma avalanche e que está engolindo a todos e todas nós. Uma avalanche de terror.
(1) Ironicamente, a polícia britânica foi ágil em exigir explicações quando Posie criticou Susie Green, a mais famosa das “mães de crianças trans” da Inglaterra e que preside a “Mermaids” (“Sereias”, uma espécie de “Mães pela Diversidade” do Reino Unido), levou seu filho para ser castrado na Tailândia quando ele tinha apenas 16 anos (à época, a Tailândia permitia a castração cirúrgica de menores abaixo dos 18 anos, coisa que não permite mais). O fato foi, inclusive, comentado numa campanha “irmã” da No Corpo Certo, a 4th Wave Now.