Meninos e meninas que receberam diagnósticos como “disforia de gênero” e “incongruência de gênero” e ou que se identificam como “transgêneros” estão passando por intervenções físicas com sérios efeitos colaterais. Entre elas, uso de binders, aplicação de hormônios (denominada de “terapia hormonal”) e cirurgias irreversíveis. A idade mínima para hormônios e cirurgias varia ao redor do mundo e vem diminuindo drasticamente e há artigos científicos – como este – comprovando que profissionais já retiram os seios de pacientes a partir dos 13 anos. Nesta seção, você conhecerá alguns dos efeitos colaterais e consequências a longo prazo das intervenções corporais; cadastre-se para receber outros textos. Nós não listamos aqui a chamada “transição social”, na qual se mudam o nome e o pronomes e se apresenta a criança ou adolescente como membro do sexo oposto, por ela não configurar uma intervenção física. Mas não seria ela uma forma de condicionamento para intervenções mais agressivas no futuro?
Binding
Binding significa amarrar em inglês e binder é o nome da faixa ou top extremamente apertado utilizado para esconder os seios. Há também quem utilize fita adesiva e plástico-filme.
Comprimir a pele por muito tempo a impede de respirar, facilita o aparecimento de microorganismos, feridas e irritações e prejudica a circulação sanguínea. A pressão sobre músculos, seios, costelas, pulmões e ossos pode gerar dor nos ombros e costas, falta de ar, problemas de coluna e pode até mesmo fraturas nas costelas, as quais, podem por sua vez perfurar o pulmão, de acordo com esta clínica transgênera.
Em um estudo com mais de 1800 participantes que praticam o binding, 97% relatou pelo menos um efeito colateral. As consequências podem ser ainda mais graves para menores de idade, conforme alerta uma especialista ao discorrer sobre espartilhos e cintas:
“Vale ressaltar ainda que a finalidade estética dessa vestimenta é de uso exclusivo para adultos. O que acontece é que esses modeladores geram pressão na corrente sanguínea e, para as meninas que estão em fase de formação corporal, afeta a estrutura do corpo e órgãos”, explica a fisioterapeuta.
Fonte: Centro Universitário Joaquim Nabuco
Hormônios que bloqueiam a puberdade
Existem medicamentos que diminuem radicalmente a produção de hormônios do nosso organismo. Alguns deles são os hormônios sintéticos utilizados no tratamento de doenças graves como câncer de próstata, de mama e endometriose e para adiar o amadurecimento em crianças com puberdade precoce. Todas essas condições são físicas e verificáveis através de exames clínicos e laboratoriais.
Uma situação totalmente diferente é o uso destas substâncias em meninos e meninas fisicamente saudáveis porque eles foram diagnosticados com “disforia” ou “incongruência de gênero”. O desconforto com o próprio corpo é uma condição psíquica há intenso debate entre especialistas acerca das causas, critérios de diagnóstico e tratamentos. O que foi comprovado exaustivamente é que ela costuma desaparecer antes da idade adulta – ao menos quando não se intervém nos corpos: estudo sobre pacientes que sofreram o bloqueio revelou que “Nenhum adolescente abandonou o bloqueio de puberdade, e todos começaram o tratamento com hormônios cruzados, o primeiro passo para a verdadeira redesignação de gênero”. Endocrinologistas estão impedindo um processo que não é patológico (a puberdade na idade certa) e causando, propositalmente, uma condição que é patológica: a ausência de puberdade, um acontecimento raro que em termos científicos se denomina hipogonadismo hipogonadotrófico.
Não há indicação na bula desses medicamentos para casos de “incongruência de gênero” e nem licenciamento para essa finalidade em órgãos de saúde pública como o FDA, nos EUA, ou a ANVISA, no Brasil; trata-se de uma prática inteiramente experimental. As reações adversas são sérias e você pode conferir por si mesmo (a) olhando a bula do Lupron Depot (acetato de leuprorrelina), do Neo Decapeptyl (triptorrelina), do Zoladex (goserelina) e do Supprelin (acetato de histrelina). Entre elas:
- dor nos ossos, alterações da densidade mineral óssea, retardo no crescimento, osteoporose
- convulsões
- vulvovaginites, sangramentos vaginais e hemorragias
- ginecomastia [ surgimento de “seios” nos meninos ]
- alterações de humor, nervosismo, depressão, sonolência, insônia, irritabilidade, apatia
- alteração da função hepática
- hipertensão
- incontinência urinária
- diminuição da libido, impotência e atrofia de genitais
- risco aumentado para diabetes e problemas cardiovasculares
Exemplificando, um trecho da bula do Lupron adverte:
Repare que o último item da lista é “alterações psiquiátricas”. Estes medicamentos, além de não terem sido desenvolvidos para tratar problemas psicológicos e psiquiátricos, podem causá-los ou piorá-los, produzindo até mesmo, conforme alerta o fabricante, “ideia suicida e tentativa de suicídio”. De fato, o professor Michael Biggs, da Universidade de Oxford, que investigou os estudos preliminares anunciados por especialistas como positivos, descobriu que, além de danos à estrutura óssea das nascidas meninas, houve mais oscilações de humor, casos de depressão e aumento dos casos de automutilação. Isso é extremamente grave, considerando que um dos motivos alegados para as intervenções precoces é justamente evitar suicídios. Estudos com mulheres que utilizaram estes medicamentos por apenas seis meses para tratar endometriose apontam problemas de memória, e crianças com puberdade precoce que receberam estes fármacos tiveram queda do QI (Quoeficiente de Inteligência).
Há um outro inconveniente. A atrofia genital pode impossibilitar que cirurgiões realizem a vaginoplastia através do método tradicional, que é a inversão peniana. Foi o que aconteceu com Jazz Jennings, jovem celebridade que começou a tomar bloqueadores com 11 anos de idade e hormônios cruzados com 12: conforme explicaram os especialistas, não havia “material suficiente” para que eles pudessem “trabalhar”. Assim, Jazz, aos 17 anos, teve que passar por um procedimento mais demorado e invasivo, no qual se utiliza parte do cólon.
Fonte: Clínica de Cirurgia Plástica Chettawut
No Brasil, embora o Ministério da Saúde tenha estabelecido que esta espécie de intervenção hormonal só pode acontecer em maiores de 18 anos, há profissionais que as realizam em pacientes abaixo dessa idade pelo menos desde 2013. Eles utilizam tanto os hormônios bloqueadores que descrevemos aqui quanto os chamados hormônios cruzados, aqueles que conferem características superficiais do outro sexo e que analisaremos adiante. Alegam seguir um parecer do Conselho Federal de Medicina , o qual é meramente opinativo (ou seja, não é uma norma), que admitiu que o tema é controvertido e que há “risco potencial para o processo de crescimento e do desenvolvimento cerebral e da massa óssea”. Mesmo assim, o documento sugeriu ao final que os bloqueadores sejam aplicados em crianças quando aparecerem “os primeiros sinais de puberdade” e que os hormônios cruzados sejam aplicados em adolescentes a partir dos 16 anos. Não foi fixada uma idade mínima cronológica, ou seja, uma criança de 8 anos que já esteja apresentando esses sinais já pode ser hormonizada no país.
Hormônios cruzados (“cross-sex hormones”)
Esta classe de substâncias reproduz num determinado corpo algumas características físicas do sexo oposto. Indivíduos biologicamente macho recebem antiandrogênicos para inibir características masculinas e estrogênio para reproduzir características femininas como mamas, voz mais aguda e formas mais arredondadas, enquanto fêmeas humanas recebem testosterona para adquirir traços masculinos como barba e voz mais grave. Também aqui o endocrinologista intervém em um organismo saudável colocando-o em um estado não-saudável para seu sexo e idade; assim, indivíduos do sexo masculino terão seus níveis hormonais colocados no patamar de homens castrados e os do sexo feminino, no mesmo nível de mulheres na pós-menopausa. Para manter as características adquiridas e reduzir os danos é obrigatório tomar estas substâncias e realizar consultas e exames regulares com endocrinologistas para o resto da vida, ou seja, adolescentes e adultos se tornam pacientes crônicos – e lucrativos! – do sistema de saúde. Os efeitos colaterais são comprovados e admitidos pela própria Sociedade Brasileira de Pediatria:
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Veja nossas críticas ao Guia no Youtube (parte 1 e parte 2)
A testosterona também é utilizada para aumentar o desempenho em esportes e, de acordo com estudos da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP , seu uso em ambos os sexos oferece sérios riscos:
Fonte: UNIFESP
Repare que, assim como a bula dos bloqueadores, as tabelas da SBP e da UNIFESP indicam que os hormônios cruzados podem causar ou piorar sintomas psíquicos e psiquiátricos. Eles também têm consequências permanentes para as capacidades reprodutivas e a sexualidade dos menores e é justamente por impedirem a produção de hormônios sexuais que são empregados na castração química de condenados por estupro. Jazz Jennings, aos 17 anos, declarou aos 1min49seg deste vídeo: “Eu nunca experimentei sensações sexuais”. Caso Jazz tivesse voltado a se reconhecer como um garoto, ao invés de fazer a cirurgia, seria obrigado a conviver eternamente com um pênis atrofiado; da mesma forma, uma garota que volte a se reconhecer como garota terá que lidar com barba e voz masculina. Mesmo o endocrinologista Norman Spack, um dos mais ferozes defensores de hormônios para menores de idade, admitiu nesta entrevista:
“O maior desafio é a questão da fertilidade. Quando adolescentes interrompem a puberdade antes que seus corpos tenham se desenvolvido, e aí tomam hormônios cruzados por alguns anos, eles provavelmente ficarão inférteis. Você tem que explicar aos pacientes que se eles continuarem, poderão não ter filhos. Quando você está falando para um garoto de 12 anos, essa é uma conversa fundamental. Um garoto nessa idade realmente está pensando em fertilidade?”
No Brasil, a idade mínima exigida para o Ministério da Saúde é, repita-se, 18 anos, embora alguns profissionais utilizem como marco a idade de 16 anos concedida pelo já citado Parecer nº 8/2013 do Conselho Federal de Medicina.
Cirurgias plásticas
Cirurgiões plásticos oferecem um amplo leque de serviços sob o rótulo de “processo transexualizador”. A depender do país, como é o caso do Brasil, alguns deles são pagos com recursos públicos. As principais são:
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria.
Em pessoas do sexo masculino que buscam características do sexo feminino (denominadas pela medicina de “MtF”) os cirurgiões efetuam, entre outros procedimentos, a penectomia (retirada do pênis), a orquiectomia (retirada dos testículos), a vaginoplastia (criação de um “canal vaginal”), a clitoroplastia (construção de um “clitóris”) e a labioplastia (construção de “lábios vaginais”). A técnica mais utilizada na vaginoplastia é a inversão peniana, na qual o membro é invertido para formar o interior da abertura, mas, conforme já adiantamos, caso o paciente tenha sofrido bloqueio puberal essa técnica pode não mais ser possível em virtude da atrofia do órgão. De FtM´s, os cirurgiões retiram seios, ovários e útero e acenam com a colocação de próteses que imitam o saco escrotal. Eles também tentam reproduzir a aparência de um pênis através do aumento do clitóris (“metoidioplastia”) ou do controvertido e perigoso procedimento da faloplastia, no qual se constrói um “falo” utilizando-se a pele, músculos, vasos sanguíneos e nervos de outras partes do corpo como antebraço e coxa.
As cirurgias do chamado “processo transexualizador” podem levar à morte. Seja numa retirada de útero, seja numa vaginoplastia. Outras ocorrências são hemorragias, infecções na ferida operatória e infecção hospitalar em geral, reações variadas aos medicamentos (inclusive choque anafilático), coágulos sanguíneos, necrose dos tecidos e descontentamento com o resultado final. Ambos os sexos podem sofrer com fístulas, abertura de pontos, dificuldades de cicatrização e necessidade de cirurgias adicionais. Em pessoas do sexo masculino pode acontecer o fechamento do canal aberto cirurgicamente (é obrigatório dilatá-lo por toda a vida), crescimento de pelos no seu interior e outras questões delicadas referentes à ausência de lubrificação e de flora vaginal natural, e pessoas do sexo feminino se queixam das cicatrizes excessivas das mastectomia, perda de sensibilidade nos mamilos e mamilos assimétricos. A cirurgia de faloplastia ainda é considerada experimental, arriscada e de resultados pouco satisfatórios: o “neofalo” não costuma possibilitar nem o ato de urinar em pé e nem ereções satisfatórias.
O Ministério da Saúde fixou a idade mínima de 21 anos para as cirurgias irreversíveis; portanto, antes de o cérebro se formar por completo, o que costuma acontecer entre os 20 e 25 anos. A última parte a se formar é justamente o córtex pré-frontal, responsável pela nossa capacidade de tomar decisões a longo prazo, e é por isso que a lei exige no mínimo 25 anos ou dois filhos vivos para a esterilização voluntária. Há profissionais e ativistas que defendem a redução da idade mínima para 18 anos, e é possível que vejamos em breve cirurgias em adolescentes ainda mais novos, pois a medicina trangênera brasileira segue as práticas internacionais e, conforme o já citado Guia da Sociedade Brasileira de Pediatria anunciou,
Em 2016, foi noticiada a mastectomia de Sam – adolescente que nasceu com questões delicadas de saúde – aos 14 anos. Em 2018, a dra. Johanna Olson-Kennedy, pediatra do Children’s Hospital Los Angeles e ferrenha defensora de cirurgias em menores, anunciou os resultados das mastectomias que ela supervisiona: elas são realizadas em pacientes a partir dos 13 anos:
Se você acompanha o nosso canal, deve ter assistido o vídeo no qual, em meio a um seminário, um terapeuta menciona cirurgias trans a partir dos 12 anos. É importante frisar que médicos brasileiros, além de realizarem intervenções hormonais abaixo da idade prevista pelo Ministério da Saúde, também realizam as cirurgias do “processo transexualizador” fora das normas estabelecidas – ainda que não haja comprovação de que operem menores de 18. Duas jovens que destransicionaram, ou seja, voltaram a se reconhecer como mulheres, denunciaram ao Globo e ao UOL que os profissionais que as atenderam burlaram as normas vigentes no país.
Algumas perguntas para você…
- Crianças e adolescentes estão em uma fase da vida de intensas mudanças físicas, mentais e emocionais. Na infância, vivemos imersos em nossas fantasias e imaginação; o “parecer” facilmente se confunde com o “ser”. Na adolescência, é a hora de os hormônios e as mudanças em nosso corpo nos jogarem numa montanha-russa de emoções e de mudanças radicais de humor, de ideias, de gostos e de personalidade – sem falar no quanto somos impulsivos! Nessas fases da vida, garotos e garotas estão ainda desenvolvendo sua linguagem, raciocínio lógico, se adaptando às rápidas mudanças físicas, experimentando, formando sua identidade, seus afetos e desenvolvendo habilidades – inclusive para superar o bullying, tão comum quando se é fora do padrão. Eles teriam mesmo a capacidade de conhecer e compreender todos as as consequências que citamos neste texto e de consentir com procedimentos tão drásticos?
- De novo: as origens e critérios de diagnóstico da “disforia” ou “incongruência” de “gênero”, bem como a realização de intervenções médicas em menores de idade, não são unanimidade entre os especialistas. Afinal, em todas as questões psíquicas e físicas, o tratamento menos invasivo, de menor custo e com menos efeitos colaterais é preferível. Muitos profissionais discutem se o bloqueio puberal seria mesmo uma forma de “ganhar tempo” ou, nas palavras do psicólogo Guido Giovanardi neste artigo, uma forma de “congelar jovens numa infância prolongada, segregando-os de certos aspectos da realidade e isolando-os de seus colegas”. Outros, como a dra. Lisa Littman, refletem acerca do impacto da internet e do contágio social em cada vez mais garotos e garotas se afirmando trans. Psicanalistas brasileiros como Marco Antônio Coutinho Jorge e Natália Travassos refletem sobre uma possível histeria moderna. Você teve acesso ao que os profissionais que remam contra a maré têm a dizer? Quem a mídia escolhe como formadores de opinião?
- Crianças e adolescentes em sofrimento e suas famílias têm o direito a atendimento terapêutico pautado em critérios científicos a a alternativas não-medicalizadoras. Os municípios, Estados e o Governo Federal precisam oferecer gratuitamentes abordagens alternativa à que está sendo praticada em clínicas e ambulatórios “de identidade de gênero”. Ocorre que psicólogos (as) que questionem algo relativo a este tema podem ser punidos pelo Conselho Federal de Psicologia com base na Resolução nº 1/2018 do Conselho Federal de Psicologia. Você concorda com esse tipo de punição?
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Notas de Rodapé