(por: Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo)

“Se você não está com raiva, então você não está prestando atenção”. Essa frase, em diferentes línguas, foi e é repetida por mulheres que lutam contra o próprio apagamento. E é com essa justa indignação que convido você a assistir a live que farei nesta segunda-feira, dia 6 de março, às 20 horas, no terceiro perfil que criamos para a No Corpo Certo. A live será feita em conjunto com a jornalista Patrícia Lélis, ameaçada de expulsão do PT em 2022 por questionar o “direito” de um homem que se dizia “trans” de invadir o vestiário feminino e expor o pênis em um spa norte-americano.

Enquanto o apagamento material através dos assassinatos é, ao menos, proibido por lei, o apagamento legal está sendo celebrado, inclusive por operadores (as) do Direito, como uma vitória “das pessoas trans”. Assim, neste Mês da Mulher, publico este artigo com um rápido giro pelo Brasil e pelo mundo no que diz respeito a essas políticas, que afetam, além de homens adultos e crianças de ambos os sexos, a classe formada por meninas e mulheres. Esperamos que ele seja um estímulo para que você, mulher, ou você, homem, preste atenção no que está acontecendo e recuse a narrativa midiática que coloca direitos baseados no sexo como “discriminatórios”. 

Comecemos pelo Brasil. Além dos fatos que narramos em nossos informativos de janeiro e fevereiro e de outros que não chegaram ao nosso conhecimento, registramos que o Ministério das Mulheres inaugurou sua gestão recebendo nada mais nada menos que a ANTRA. No dia 26 de janeiro, a primeira ação oficial da Ministra Cida Gonçalves foi receber os senhores da organização. A Frente Feminista por Mulheres e Crianças publicou um post recriminando a ação que, até o momento, conta com mais de 1.000 likes e convocando um abaixo-assinado para que o Ministério seja exclusivo para meninas e mulheres, que são seres humanos do sexo feminino e não um sentimento ou fantasia. Convido você a, independente da sua preferência política, expressar sua indignação no tuíte do Ministério que anuncia o funesto encontro.

 

Detalhe: a ANTRA, tão “amiga das mulheres”, as está ameaçando de processo. Link fixo aqui.

 

 

 

Insistimos: por que um Ministério que visa a garantir os direitos das mulheres e meninas receberia uma ONG dedicada a derrubar os direitos delas e que ameaça as brasileiras de processo por insistirem que são seres humanos e não um sentimento?!

O mês de março, Mês da Mulher, também está sendo amargo. Exemplo disso foi a revista AzMina, que deveria se chamar “UzMano”, pois usou seu perfil de Instagram para celebrar homens que negam o próprio sexo. Ao menos, passou vergonha – veja nos comentários do post a reação das mulheres. Lembrando que a AzMina recebe dinheiro da organização pró-transativista e pró-prostituição “Open Society Foundation” e isso está no próprio site delas (ou deles, ou “delus”): “Desde 2019 contamos com o apoio de dois importantes financiadores: o Mama Cash  (2018-2021), o mais antigo fundo internacional para mulheres do mundo e a Open Society Foundation (2019- 2021), uma rede internacional de filantropia que promove a justiça e a mídia independente”. Não, a OSF não é filantrópica e sim usa a filantropia para empurrar uma agenda prejudicial à sociedade.

No dia 8 de março, diversas cidades do país terão marchas de 8M. Lamentavelmente, essas marchas são organizadas e controladas por partidos que são, institucionalmente, coniventes com o lobby transativista e pró-prostituição. Ao menos, foram programados 8M´s alternativos, como o da coletiva Sangra na capital paulista e Organiza Mulher Rio na capital fluminense

O mês de março está pegando fogo, também, com a discussão sobre a proposta da acadêmica Valeska Zanello de criminalização da misoginia, sob a forma de Ideia Legislativa e nos moldes do que já acontece com racismo (que existe), homofobia (que também existe) e “transfobia” (que não existe, pois se seres humanos não mudam de sexo, não podem “ser trans” e portanto não podem sofrer uma “fobia” em razão de “serem trans”). Há gritos de “punitivismo” como o da também acadêmica Débora Diniz, que coincidentemente é transaliada; curiosamente, as que acusam as mulheres de “punitivistas” não costumam dar um pio sobre a criminalização do racismo, da homofobia e muito menos da “transfobia”…

Também chamamos novamente a atenção de vocês sobre o “Protocolo para julgamento com perspectiva de gênero: teoria e prática”, que acontecerá nos dias 6 e 7 de março de 2023, às 10h, no Superior Tribunal de Justiça, com transmissão no Canal do Superior Tribunal de Justiça no YouTube. Aqui tem mais informações. Convidamos você a comparecer e exigir que o STJ, como qualquer órgão público, se baseie na materialidade do sexo e não em termos obscuros e vagos como “gênero”. Por uma perspectiva de sexo e não de “gênero”.  

Finalmente, a “cereja do bolo” é que o “ANTRO”, de acordo com seu Twitter, foi convidado para a celebração do 8M no Palácio do Planalto. Juntamente com um gif de “Laverne Cox”, artista que se declara mulher e defendeu um assassino que se declarava ”trans” e que estuprou e matou uma menina de 13 anos, a organização tuitou:

“Março das mulheres, todas! 

Fomos convidadas para as celebrações do 8M no Palácio do Planalto em Brasília com a presença da nossa 1a Dama Janja e do Presidente Lula. 

Vai ser chique!!!”

O tuíte resume o que é “ser mulher” para transativistas. Usar cabelo comprido e maquiagem como Cox e “ser chique”.

(Fonte. #pratodosverem: print do tuíte da ANTRA com um gif do ator “Laverne Cox”, que está usando maquiagem e o que parece cer uma peruca loira).

Pulando para a Espanha, o país havia encerrado o ano de 2022 com a aprovação da chamada “Ley Trans” no Congresso. Em fevereiro, a mesma foi aprovada no Senado. Saiba que a “Ley Trans”, como as similareas no mundo todo, vale também para menores de idade. Claro. Reações contra isso vieram da Amanda Agrupación, entidade similar à nossa que fez uma fala pública contra a “ley” e que você pode conferir aqui (aproveite para seguir o canal de Youtube deles) e da WDI Espanha, entre outras organizações. A jornalista brasileira Andreia Nobre redigiu uma matéria sobre o caso. 

Indo para a Escócia, o país passou sua lei de “gênero” também em dezembro de 2022 e também abrangendo menores de idade. Como que para alertar sobre o enorme risco às meninas e mulheres, dois crimes emblemáticos envolvendo homens que autodeclaram pseudoidentidades vieram a público. O título e o subtítulo desta notícia do Sky News em janeiro seriam cômicos se não fossem trágicos: “A Escócia pausa a mudança de todos os prisioneiros transgênero enquanto as regras são revisadas – O Serviço Prisional Escocês anuncia revisão depois dos recentes casos de Tiffany Scott, que stalkeou uma menina de 13 anos quando ela era um homem, e Isla Bryson, uma mulher transgênero condenada por estupro acontecido antes de ela transicionar” (grifos nossos).

Insistimos que a mídia está enganando você, utilizando uma linguagem propositalmente enganosa. Scott (foto abaixo) ainda é um homem e sempre será, pois o sexo é imutável. Bryson não é “uma mulher transgênero” porque só existe um tipo de mulher no mundo, que são os seres humanos do sexo feminino. Nenhuma “transição” é real; todas são ficções médicas (através de mutilações hormonais, cirúrgicas etc.), legais (mudança de nome e “sexo” nos documentos), identitárias etc.

(Fonte. #pratodosverem: homem branco de cabelo castanho).

As escocesas nunca pararam de lutar. Entre outras atitudes, sediaram em fevereiro o evento “Let Women Speak” (“Deixem as Mulheres Falar)” em Glasgow. Também pela luta delas, a primeira-ministra Nicola Sturgeon – que, como Cida Gonçalves, também escolheu o lado do transativismo em detrimento do sexo feminino – renunciou. Matéria da Revista Exame sobre a renúncia informa que Nicola

“foi enfraquecida pela aprovação, em dezembro passado, de uma lei altamente polêmica que facilita a transição de gênero, permitindo-a a partir dos 16 anos e sem a necessidade de diagnóstico médico, o que fez com que o governo do Reino Unido, liderado pelo conservador Rishi Sunak, entrasse em rota de colisão para se opor a medida.

Em meio a polêmica, uma decisão envolvendo uma mulher trans condenada pelo estupro de mulheres antes de sua transição colocou ainda mais holofotes sobre as questões de gênero no país. Inicialmente, a detenta foi enviada a uma prisão feminina, decisão que foi revertida após fortes reações sociais”.

Finalmente, chegamos aos EUA, o país que impulsionou tantas dessas políticas (se não todas). Dali, chegaram ótimas notícias. 

Duas mulheres que questionam o transgenerismo foram destaque na mídia norte-americana. Uma delas foi a jovem K. Yang, que durante anos foi conhecida apenas por seu codinome The Deprogrammer e aponta as ligações entre transgenerismo, pornografia, pedofilia e elites globais, apareceu no canal Fox News; não deixe de seguir o ótimo canal de Youtube dela. A notícia foi dada pela doula Isabella Maubin em seu perfil de Instagram – que também merece o follow. A outra foi a advogada Kara Dansky, da WDI Estados Unidos. Ela emplacou uma coluna nada mais nada menos na Newsweek, uma revista de importância nacional equivalente à Veja. O título é: “A abolição global do sexo”É Kara quem noticiou em seu Substack uma ótima novidade para as meninas – ao menos, as residentes em West Virginia. Uma decisão judicial estabeleceu que o Estado está autorizado a definir as palavras “menina” e “mulher” como biologicamente fêmeas. A decisão, datada de 5 de janeiro, foi dada em um processo movido por um garoto que se diz “uma menina trans” e que atacou uma lei local que, para questões relativas a esportes escolares, definia garotas e mulheres como do sexo feminino e portanto o excluía – com razão, é claro – dos esportes femininos.

Outra notícia boa foi que a WoLF, organização de Feministas Radicais sediada nos Estados Unidos, submeteu um documento contra a mutilação de menores de idade em razão de “gênero”. No site da entidade, lê-se: “A WoLF teve a honra de submeter seu primeiro depoimento de 2023! Em 24 de janeiro, a WolF submeteu um testemunho escrito em apoio a três projetos de lei no Missouri. O HB419, o HB463 e o HB540 indicam caminhos para o governo do Missouri proteger crianças de intervenções médicas irreversíveis e responsabilizar profissionais da medicina por oferecer tratamentos de “afirmação de gênero” e cirurgias para qualquer pessoa abaixo dos 18 anos”.

Finalmente, em fevereiro deste ano a WDI Estados Unidos informou que, aparentemente, o projeto de lei “Equality Act” (“Lei de Equidade”) está morto. Nas palavras da organização, em um artigo chamado “Celebre cada vitória”,

“O chamado ´Equality Act´ iria redefinir a palavra sexo para incluir orientação sexual e ´identidade de gênero´ para todos os efeitos sob as leis de direitos civis dos Estados Unidos” (…) Também acreditamos que os apoiadores desse projeto deveriam ter vergonha de si mesmos por usarem uma lei de 1964 que visava a por fim à odiosa prática da segregação racial Jim Crow (e uma enorme vitória para os direitos civis de americanos negros) para arrancar os Direitos Humanos das meninas e mulheres”. 

Da mesma forma, a No Corpo Certo repudia aqueles que usam a justa luta por direitos iguais de pessoas negras para equiparar “transfobia” a racismo, bem como os que usam o também justo direito à orientação sexual obtido por pessoas homossexuais e bissexuais para equiparar “transfobia” a homofobia. Vocês deveriam ter vergonha de si mesmos – e a História colocará vocês em seus devidos lugares.