Cara ou caro,

As políticas de apagamento do sexo biológico, com sua substituição pela ideia de “identidade de gênero”, foram  rapidamente implementadas no Brasil e no mundo, sobretudo, porque organizações “LGBTQIPA+” efetuaram e efetuam um processo de captura institucional. Instituições públicas e privadas foram cooptadas e instrumentalizadas para atuar de acordo com os interesses desse lobby, os quais passam bem longe do interesse público. Esse lobby capturou entidades governamentais (Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Defensorias), partidos políticos, movimentos sociais, universidades e escolas públicas e privadas, conselhos profissionais, empresas privadas e até órgãos de proteção da infância. A cooptação se dá de diversas formas: cursos de formação, palestras, artigos e cartilhas que falseiam a realidade, imposição de novilíngua, oferecimento de vantagens financeiras e políticas, financiamento de pesquisas e estudos e, também, contra os que resistiram, através de coação, linchamentos, cancelamentos, acusações vagas de “fobias” e “discurso de ódio” e até mesmo de atos criminososo, como ameaças e agressões físicas. Pelo clima de terror que esse ativismo impõe, sobretudo contra mulheres e meninas, e pela definição básica de terrorismo ser o uso da violência com supostas finalidades políticas, eu costumo falar que eles praticam o transterrorismo.

A população brasileira e mundial está pagando o preço dessa captura e não só financeiramente. O Brasil, como os EUA, a Argentina e o Canadá, é um dos países em que pais, ativistas e profissionais de saúde declaram crianças como “trans”, médicos danificam os corpos de menores de idade em ambulatórios de “identidade de gênero” (no caso do Brasil, com o nosso dinheiro), a Justiça condena trabalhadores por dizerem a verdade sobre o que são homens e mulheres e qualquer um entra nos espaços íntimos delas.

(#pratodosverem : print de um post do veículo Metropoles que pode ser lido no Instagram que contém a foto de uma mulher branca de cabelos curtos com uma criança branca do sexo feminino e também de cabelos curtos no colo, vídeo de estudante branco do sexo masculino de sutiã e cabelo comprido agredindo fisicamente uma menina negra num colégio brasileiro – segundo se diz, porque a menina defendeu seu direito a banheiro separado por sexo – e, finalmente, vídeo de um indivíduo negro de barba).

O Reino Unido é, inegavelmente, o país que mais está se empenhando em reverter esse processo. No artigo abaixo, a leitora D.S. discorre sobre a investigação do jornalista britânico Stephen Nolan acerca da mais poderosa organização “LGBTQIAP+” de lá, a Stonewall. Você pode ouvir a reportagem dele no Spotify.

Minha opinião é que, em países do sul global, essa captura demorará ainda mais a ser percebida pela população e combatida pelos gestores públicos. Nesses lugares, os moradores têm problemas muito graves ligados à  sobrevivência e nem sempre a instrução que têm é suficiente para compreenderem que estão perdendo direitos assegurados há séculos, como o simples direito de dizer o que são seres humanos. Além do que, devido a problemas financeiros, não podem proteger a si e a seus entes queridos como gostariam. Por exemplo, uma menina estuda num colégio público e um rapaz de 17 anos exige usar o banheiro feminino. Quantas famílias brasileiras poderiam mudar a aluna para um colégio particular, caso não haja opção de outra escola pública na região que ainda proteja os banheiros separados por sexo? Outro exemplo: se você é  mãe ou pai de um menino ou menina que acredite “ser trans”, seu padrão aquisitivo permite que você pague um psicólogo particular e fuja dos ambulatórios de “identidade de gênero” do SUS? No Brasil, por exemplo, o preço de quatro consultas por mês com um profissional que cobre o valor médio sugerido na tabela do Conselho Federal de Psicologia é de 4 vezes R$ 266,57 ou R$ 1.066,28. Dificilmente uma família humilde, ainda que consciente, obterá atendimento fora do ambulatório de “gênero” público ou do consultório indicado pelo grupinho de  “mães de LGBT” que acena com um preço popular. Além do mais, países em desenvolvimento têm problemas crônicos que facilitam a ação de grupos de lobby, como a falta de transparência, a corrupção e a impunidade. O político de quem você gosta pode até concordar com você, mas ele vai defender os seus direitos sabendo que pode ficar “mal na fita” com a poderosa Open Society Foundation? Ele terá coragem de frear os recursos que vão há décadas para as mesmas pessoas e organizações?

Será uma longa caminhada de volta à sanidade.

Abraços e até a próxima.

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo.

Lobos em pele de cordeiro: como britânicos estão se livrando da influência da organização “LGBTQIAP+” Stonewall – a qual eles nem sabiam que financiavam

 

No final da década de oitenta, formou-se no Reino Unido aquela que seria a maior organização da causa LGB – e, depois, “LGBTQIAP” – da Europa, a Stonewall. Adotando seu nome em homenagem à rebelião de LGBs (lésbicas, gays e bissexuais) ocorrida 20 anos antes nos Estados Unidos, ela ajudou a mudar as leis vigentes e a garantir o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo no país, em 2005. Por volta de 2015, após os direitos homossexuais estarem assegurados, a agora “órfã de causa” (e portanto com pouco potencial de atrair doações e financiamentos) Stonewall teria uma nova diretoria e realocaria seus esforços em prol da agenda da “identidade de gênero”, representada sobretudo pelas letras “T” de “trans” e “Q” de “queer”. É essa organização que o radialista da BBC Stephen Nolan, em seu especial “Nolan Investigate” no Spotify investigou, mostrando o impacto desse lobby junto às instituições públicas locais.

O lobby da Stonewall, nos explica Nolan, opera majoritariamente através de dois esquemas. O primeiro se chama “Work Place Equality Index” (“Índice de Igualdade no Local de Trabalho”): trata-se de um ranking que avalia o quanto empresas seriam “inclusivas” em relação à sigla “LGBTQIAP+”. A organização avalia os documentos enviados pelas empresas solicitantes e divulga “as 100 melhores para pessoas LGBTQ trabalharem”. O segundo atua junto a empresas não cientes das exigências necessárias para se “qualificarem” e se manterem no ranking; estas podem se filiar ao esquema “Diversity Champions” (“Campeões da Diversidade”) através de taxas anuais de filiação as empresas ficam aptas a receberem presencialmente palestras, cursos e visitas de profissionais da Stonewall a fim de “auditar e educar” o ambiente organizacional, como a criação de banheiros “inclusivos” (ou seja, destruindo o direito de meninas e mulheres a banheiros separados por sexo) e uso de linguagem “neutra” (“pessoas com útero” no lugar de mulheres, por exemplo). Tais eventos têm custos que não estão inclusos na taxa de filiação e que podem custar milhares de libras a depender do tamanho do quadro de funcionários da empresa. A participação no “Campeões da Diversidade” aumenta as chances de os estabelecimentos serem listadas em melhores posições no ranking de empresas “inclusivas” já, que estas recebem indicação direta do que deve ser feito para serem aceitas.

Stephen Nolan expôs a participação direta da Stonewall em seu próprio local de trabalho, a BBC, emissora de notícias que é subsidiada por impostos de contribuintes do Reino Unido. Através da BBC, Nolan nos traz exemplos de práticas adotadas por influência direta da Stonewall: após filiar-se ao “Campeões dsa Diversidade”, a BBC foi orientada a criar uma força tarefa de “inclusão e diversidade” na emissora e a Stonewall passou a ditar como seria o treinamentos dos jornalistas e demais funcionários, incluindo a apresentação do “Boneco do Gênero” nesses treinamentos, ferramenta que é anticientífica – afinal, enquanto o sexo biológico e a orientação sexual são um fato, “identidade de gênero” e “expressão de gênero” são, no máximo, ideias (1).

 

A organização “LGBTQIAP+” convenceu a BBC, também, a fazer com que seus funcionários pusessem  “seus pronomes” em e-mails corporativos. A orientação de não mencionar o sexo biológico de pessoas que se dizem “trans” e nem mesmo a condição de “trans” levou a BBC a publicar notícias sobre um agressor sexual ser apenas “uma mulher”, o que retira o direito à informação dos cidadãos. Vídeos ditos educacionais voltados para o público infantil foram feitos introduzindo para as crianças a ideia de “identidade de gênero” e até a de que existiriam “mais de 100 gêneros!” A BBC tirou o vídeo do ar depois de ter sido exposta ao ridículo, mas você pode conferi-lo aqui.

Nolan também expôs como a pressão da Stonewall fez com que a primeira mulher a se tornar primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, retirasse a palavra mãe de políticas de licença- maternidade, pelo fato de não ser considerado um termo “inclusivo” (essa discussão aliás está dividindo as brasileiras também). Em 2017, através desses esquemas, a Stonewall arrecadou cerca de 5 milhões de libras, sendo 415 mil libras somente do governo escocês.

Será que muitas pessoas LGB do Reino Unido apóiam a Stonewall? Pelo visto, não: o próprio Matthew Paris, um dos fundadores dessa ONG, já declarou que o grupo se afastou da sua luta principal, os direitos homossexuais, e mergulhou de forma descabida no lobby “trans”. Novas organizações, como a LGB Alliance, têm surgido nos últimos anos para garantir seu espaço no debate. Há também grupos prol dos direitos das mulheres que fazem oposição ao que entidades “LGBT” fazem, destruindo os espaços protegidos por sexo e  apagando termos relacionados especificamente à biologia feminina, como a gravidez.

Nesse debate fervoroso, é fundamental que os gestores, sobretudo dos recursos públicos, tenham a coragem de questionar. Afirmando a necessidade de maior averiguação no tema ou não compatibilidade orçamentária, o Departamento de Saúde do Reino Unido, a EHRC (Comissão de Direitos Humanos do Reino Unido) e a Ofcom (a gigante agência reguladora de comunicação local, que regula canais de TV, internet e celular entree outros) e diversos órgãos públicos se desligaram do esquema da Stonewall.

O lobby da Stonewall e as modificações que ele fez nos ambientes educacionais e coorporativos do Reino Unido contrariam o Equality Act (2010), uma legislação antidiscriminação que prevê proteções em razão do sexo; eles também manipularam o entendimento público sobre o Gender Recognition Act (2004). Estas leis garantem direitos e deveres para quem se declare “trans”, mas apenas aos que passem pelos procedimentos hormonais e cirúrgicos – e não, como divulga a Stonewall, a qualquer um que afirme uma “identidade de gênero” (incluindo os supostos “não-binários”). Por esse lobby enganar os gestores públicos, sugerindo práticas ilegais, o debate acerca da validade dessas orientações  tem aumentado.

Um exemplo foi a Universidade de Sussex, que se filiou ao “Campeões da Diversidade” em 2018
com a intenção de obter uma melhor posição no ranking de empresas “inclusivas” até 2025 e, desde então, tem feito diversas mudanças em seu campus e cursos a fim de se adequar às exigências da Stonewall. Tal parceria começou a ser questionada após o embate envolvendo a professora de filosofia da universidade Kathleen Stock, que passou a ser hostilizada em seu local de trabalho sob acusação de “transfobia”. Kathleen cometeu a heresia de, desde 2018, apontar os riscos das alterações exigidas pelo lobby da “identidade de gênero” no Gender Recognition Act. A universidade, em resposta, declarou que operava conforme os princípios estabelecidos pela Stonewall no que tange a “auto-identificação”; esta por sua vez passou a responsabilidade para terceiros alegando que utilizava o termo “auto-identificação” em consonância com o que a EHRC declarava ser o politicamente correto no trato a pessoas que se digam “transgêneros”. Já a EHRC negou tal direcionamento, alegando que segue o que está previsto somente nas leis vigentes. Esse foi o estopim para que a Comissão de Direitos Humanos se desligasse do lucrativo esquema da Stonewall e expusesse a forma maliciosa como ela atua. Universidades do mundo todo, da Austrália ao Brasil, estão sofrendo com o fim da liberdade de expressão proporcionado por esse ativismo.

É inegável a importância no passado da Stonewall na sociedade britânica na luta pelos direitos homossexuais. Entretanto, a organização também se transformou e, como vimos, se afastou de seus princípios iniciais. Reformulada e com uma nova diretoria, passou a marchar por aqueles que, durante décadas, não foram seu foco e têm prioridades bem diferentes. E até que ponto é saudável, em uma democracia, a representação de um grupo tão diverso como as muitas letras da sigla “LGBTQIAP+” por uma única instituição? Quão mais
precisa ser trazido à luz o óbvio conflito de interesses que existe quando uma organização que luta por mudanças jurídicas e ou administrativas seja a única reconhecida e apta a, através de incentivo financeiro, auditar empresas e instituições de ensino? Apesar dos poucos anos advogando pelas demandas “trans”, Stonewall se declara especialista no tema e é validada por governos europeus. Nolan diz que nenhuma organização se tornou tão poderosa ao ponto de influenciar a forma de agir das de instituições públicas. Dinheiro público foi e está sendo destinado a uma organização que se declara a única “especialista em assuntos LGBTQ+” para que esta “eduque” empresas e instituições com informações que, na verdade, não são válidas juridicamente.

A BBC, durante toda a investigação, se recusou a responder aos questionamentos de Stephen Nolan, se limitando a transmitir uma nota via e-mail afirmando que a BBC é independente e não recebe conselhos jurídicos da Stonewall. Porém, como já era esperado, semanas após o lançamento da investigação de Nolan a emissora optou por não renovar seu contrato com o esquema operado pela Stonewall. Há ainda quase mil instituições públicas ou privadas financiando a Stonewall em troca de seus supostos saberes, incluindo o Banco Credit Suisse, o Bank of America e a agência de serviço secreto britânica MI6. E, enquanto finalizamos esta resenha, recebemos a ótima notícia de que, após pressão popular, Stonewall voltou atrás e não mais irá  exigir o apagamento do termo “mãe”.

Reclamar adianta.

(1) Previsivelmente, a versão do Boneco do Gênero em português que primeiro aparece nos buscadores foi elaborada, a julgar pelo rodapé, pelo Governo do Estado de São Paulo. Se havia ainda alguma dúvida sobre o alto grau de captura institucional realizado nesse Estado, o primeiro a hormonizar crianças em ambulatórios de “gênero”…