Cara ou caro,

 

o brasileiro adora o Instagram. Somos o segundo país do mundo, depois dos Estados Unidos, em número de usuários desse aplicativo. Se você olhar as nossas outras redes sociais, verá que o nosso Insta tem, até a elaboração deste texto, 7.424 seguidores, sem contar os que ele “rouba” da gente – vez ou outra alguma leitora ou leitor reclama que foi retirado, compulsoriamente, da lista. Compare esse número com o nosso Twitter, onde temos 4.798 seguidores (as), o canal do Youtube, onde são 3.300 inscritos (as) mesmo sendo a primeira rede social à qual nos cadastramos 🙁 e o Telegram (ok, confesso que raramente me lembro de atualizá-lo), que tem 127 pessoas seguindo. Compare com a nossa segunda página no Facebook (a primeira foi derrubada, assim como o primeiro Insta), onde  somos 940 e  o nosso perfil no TikTok, no qual tem 175 seguidores (nesta plataforma pelo menos nunca postei nada). Entre os que assinam nossos artigos, que são enviados por e-mail, estão 1.270 pessoas.

No Insta, recebo muito apoio, carinho e preocupação. São homens e principalmente mulheres que me confidenciam suas dúvidas, acontecimentos ligados a esse tema, medos e o sonho de que vivam para ver essa loucura acabar. O apoio supera, em muito, as mensagens de ódio (ironicamente, enviadas por quem alega “combater o discurso de ódio”) e as ameaças de processo por “transfobia”. Muita gente conta que visita diariamente o perfil para ver nossas postagens e stories, mas não nos segue porque, entre seus amigos, familiares, colegas de trabalho e conhecidos, há os que acreditam (ou fingem acreditar, que é o mais provável) que homens podem ser mulheres e vice-versa, bem como alguma variação identitária como “não-binário”, “agênero”, “bigênero”… Vivemos numa distopia totalitarista – transtotalitarista – que lembra o clássico “1984”: a internet é o onipresente “Grande Irmão” (“Big Brother”) que tudo vê e os transativistas e seus apoiadores, a “Polícia do Pensamento” (“Thought Police”). 

Apesar das vantagens do Insta, há dois grandes problemas. 

O primeiro é o tempo que essa rede demanda. Eu recebo cerca de 100 mensagens privadas (“DMs”) por dia. E ainda preciso fazer posts, stories, comentar postagens… A No Corpo Certo é uma campanha na qual eu, Eugênia, sou responsável por muitas tarefas e elas incluem cuidar das redes sociais e escrever, traduzir e ou publicar a maior parte dos textos postados no site, bem como dialogar com apoiadores (as), políticos, profissionais de saúde e educação, destransicionados (as)… Mais: como você sabe, comecei recentemente o pioneiro Notícias do Reino, o primeiro informativo brasileiro voltado para o que está acontecendo no Brasil e no mundo relacionado à indústria da “identidade de gênero”. A conta não fecha; vivo sobrecarregada. Afinal, além da NCC, eu como a maior parte dos adultos trabalho, tenho família, uma casa para cuidar e meus momentos de lazer e descanso. 

O segundo motivo de dar um tempo dessa rede é a censura. As redes sociais são parceiras da indústria da “identidade de gênero” e portanto impuseram essa ideia, “identidade de gênero”, como uma característica protegida; assim, qualquer questionamento pode ser considerado uma “violação das diretrizes da comunidade”, que são as “leis” feitas pelas próprias gigantes de tecnologia. Assim como inúmeros outros que insistem na realidade material, vivo sendo censurada, como por exemplo quando o Instagram excluiu o nosso primeiro perfil. Vez ou outra algum (a) de vocês, além de reclamar, como comentei, de que o Insta a retirou do rol de seguidores, conta também que seu “like” em algum post sumiu, que não conseguiu marcar o perfil em alguma postagem e até mesmo não nos localizou na lupinha que fica no alto da tela. Inúmeros stories nossos foram excluídos sob a falsa acusação de “discurso de ódio”. É cansativo demais… prefiro me dedicar ao site, em que sei que nossas palavras não serão apagadas.

Queria muito estar no Insta comentando o assassinato desse rapaz, Marcelo do Lago Limeira, em São Paulo – de acordo com a imprensa, por um travesti que utiliza o nome de “Maryana Elisa Rimes Paulo”. Queria falar das eleições para os Conselhos de Psicologia, que reforçam o que tantos pais de crianças e adolescentes em conflito com seu sexo alertam: se você não tem a menor ideia de em que lado o (a) profissional de saúde está, talvez seja melhor não levar seu filho ou filha nele (a). Queria estar ali para falar das eleições deste ano, em que certos políticos, candidamente, estão falando que defendem os direitos “das mulheres e LGBTs”, como se os direitos de mulheres e crianças, bem como dos homens comuns, fossem compatíveis com o “T” da sigla “LGBT”. Não, não são, eu já expliquei isso em vídeos como este e este; ninguém que destrói espaços separados por sexo, a liberdade de expressão e os corpos infanto-juvenis está ao nosso lado. Queria estar lá para por nos stories as hilárias respostas das candidatas ao Elas Definem. Queria estar ali para denunciar, diariamente, toda a imensidão de lesões diárias aos nossos direitos praticadas pelos fiéis dessa religião insana que castra crianças e adolescentes quimicamente em ambulatórios de “identidade de gênero”. E para por as vitórias – que acontecem, sim, ainda que sejam eventuais.

Eu vou continuar falando disso – mas em textos. E vou também publicar textos que me foram enviados por alguns (as) de vocês. Nos textos, sinto que me expresso melhor, escolho melhor as palavras e posso me estender… Sabe, me incomoda a pressão para cumprir o que as empresas de tecnologia proprietárias das redes sociais exigem… a censura para que policiemos as nossas palavras… a obrigação de ter que falar tudo cada vez mais rápido e “mastigado” (por exemplo, o Insta decidiu que vai mostrar mais os Reels para competir com o TikTok e então lá fomos nós trocar os vídeos longos por Reels). Me incomoda ter que fazer carrossel com cards quando o que eu queria era falar muito mais do que cabe num carrossel. Sou de uma geração que lia livros, cuja atenção podia ser capturada por mais do que alguns segundos, que era infinitamente mais curiosa que a atual.

Finalizo esta despedida com um pedido de ajuda. E este pedido é muito simples: seja, você, a voz da No Corpo Certo no Instagram. Todos os nossos textos (bem como todos os nossos vídeos no Youtube e qualquer coisa que nós publiquemos) podem e devem ser usados, citados, printados, divulgados para o maior número de pessoas possível. Avise seus amigos e amigas quando receber os artigos por e-mail, coloque prints de determinados trechos nos stories, lembre sempre de resgatar nossos vídeos, antigos ou novos, no Youtube. Somos parte dos 99% da Humanidade que se recusa a se submeter a essa lavagem cerebral negacionista – negacionista de sexo.

Me despeço com um grande abraço e lembro que sempre posso ser acessada por aqui pelo site. 

 

Com carinho,

 

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo