Transativistas da UERJ e seus apoiadores ameaçam alunas e mulheres em geral

 

(Por: Eugenia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo

Colaborações de alunas da UERJ e de outras mulheres que pediram para ficar anônimas temendo represálias)

 

No dia 6 de setembro de 2023, o Centro Acadêmico do curso de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro lançou uma campanha por uma suposta “luta contra a transfobia”. Em um dos dos cartazes afixados, lê-se: “O Serviço Social é contra a transfobia. Banheiro de todes”. Em outro, os dizeres: “Navalha debaixo da língua… tô pronta pra briga”. As imagens foram enviadas por uma aluna que preferiu não se identificar.

(Fonte).

 

Outra aluna enviou as imagens abaixo:

 

Mais prints sobre o ocorrido podem ser vistos neste arquivo, cuja autoria é de mulheres que também preferiram não se identificar. Lamentavelmente, a Faculdade de Serviço Social deixou claro o lado que escolheu, de acordo com a nota divulgada pelo CASS:

Fonte

 

No dia 8 de setembro, o Centro Acadêmico – que, aparentemente, não tem muito o que fazer – convocou um suposto “ato contra a transfobia” para o dia 11:

(Fonte)

 

A nossa campanha recebeu um depoimento de mais uma aluna da UERJ que também pediu para ficar anônima e que mostra que esse ataque ao direito das mulheres e meninas a banheiros separados por sexo não foi um caso isolado:

“Na parede de uma das cabines do banheiro feminino do terceiro andar da UERJ está escrito: ´Existem mulheres com pênis, homens com vagina e transfóbicos sem dentes”. Isso é evidentemente uma ameaça física às mulheres. Banheiros são separados por sexo não para excluir, mas sim para preservar a privacidade e segurança de meninas e mulheres. Mas se você, mulher, se opuser à presença de pessoas do sexo masculino em seu banheiro, será rotulada de transfóbica e, a partir daí, passará a ser merecedora de sofrer violência física. Seu incômodo, seus receios, a possibilidade de que esse passe livre ao banheiro feminino te deixe ainda mais sexualmente vulnerável, não importam. Aceite calada ou perca os dentes!

A pichação não se vê tão nitidamente porque a parede foi pintada de branco na última reforma”. 

 

 

 

As mulheres estão resistindo, ainda que, por ora, a mobilização das brasileiras esteja longe da empreendida pelas britânica – o que é compreensível, claro. Em apoio às alunas do curso – e a todas as mulheres e meninas que frequentam a instituição e podem, eventualmente, utilizar o banheiro -, a organização Mulheres do Serviço Social enviou um e-mail para o curso de Serviço Social da UERJ que, com autorização das mesmas, transcrevemos abaixo:

 

Mulheres Serviço Social <[email protected]>

Anexos

11 de set. de 2023, 08:00 (há 1 dia)

para cfess, Cco:Mirla, Cco:comunicacao, Cco:bborges, Cco:mariarocha, Cco:daciateles, Cco:carla, Cco:kelly, Cco:francieli, Cco:lylia.rojas, Cco:priscilla.cordeiro, Cco:alessandradias, Cco:elainepelaez, Cco:mauricleia, Cco:agnaldo.knevitz, Cco:dilmafranclin, Cco:emilly, Cco:ruthbittencourt, Cco:eunice, Cco:figueiredo.kenia

Prezados, 

Nós, do Movimento de mulheres do Serviço Social organizadas retomamos o contato para solicitar uma reunião bem como uma resposta dessa instituição aos cada dia mais constantes e explícitos ataques aos direitos das mulheres disfarçados de políticas de inclusão, fomentados de maneira violenta por estudantes de Serviço Social e que está se alastrando pelo País. 

No último dia 08 de Setembro de 2023 fomos surpreendidas com mais um caso, agora na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, UERJ promovido pelo Centro Acadêmico do Serviço Social. 

Em anexo enviamos prints da atitude promovida pelo Centro Acadêmico do Serviço Social. Diante do ocorrido e em atenção a essa violência simbólica às mulheres a Advogada Eloisa Samy, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos das mulheres, realizou uma Comunicação de Ocorrência nº 018-07657/2023 na 18ª Delegacia de Polícia, como forma de amparo jurídico às mulheres, estudantes, docentes e trabalhadoras da Universidade, em Especial do Serviço Social que tenham se sentido ameaçadas pelos cartazes misóginos fixados pelo CASS-UERJ.

A ausência de um posicionamento firme de uma instituição como o CFESS certamente ajuda aos estudantes que, munidos de ideias violentas e da rotulação de que toda divergência implica em aniquilamento do outro, bem como a total ausência de capacidade de lidar com os óbvios conflitos de suas demandas com os direitos das mulheres, optam por uma atitude de violência, ameaça, intimidação e desrespeito às mulheres estudantes, profissionais e trabalhadoras diversas dos Campus Universitários de todo o País

A atitude que tem sido auto-afirmada como “revolucionária” não passa de uma ação de caráter fascista que, por estar se originando no campo dito ‘progressista’ passam batido aos olhos ‘desavisados’ ou negligentes de autoridades e instituições de referências.

Clamamos para que o CFESS se aproprie da profundidade desse debate, do ataque aos direitos das mulheres e crianças, dos dados de violência cometidos contra crianças, adolescentes, mulheres e trabalhadores, propagados por grupos intransigentes, violentos e misóginos.

Reforçamos a urgência de nosso pedido de sermos atendidas e ouvidas para que nos ajudem com providências concretas diante das graves ameaças e situações de violência já concretizadas nas universidades deste País.

Permanecemos à disposição. 

 

Movimento de Mulheres do Serviço Social Organizadas

“A verdade é sempre revolucionária”

 

Já o perfil de Instagram “Suas à esquerda” publicou um post sobre o ocorrido a favor das mulheres, mostrando que tanto pessoas de esquerda quanto de direita, centro ou outra orientação políbica podem e devem se indignar com essa invasão:

 

(Fonte)

 

Íntegra:

Essa pág está em desuso pq não trabalho mais no SUAS, mas mtas mulheres e profissionais estão aqui ainda, por isso escrevo.

Em uma profissão de maioria feminina, o Serviço Social na UERJ finca a bandeira anti-mulheres para supostamente, defender uma parcela de pessoas que se autodeclara as mais oprimidas (com base em estudos falsos e correlações mais falsas ainda) e usam isso que eles inventaram para se autorizar a invadir e colonizar tudo o que diz respeito a classe sexual das mulheres.

Equiparam nosso ser com roupas, trejeitos, sentimentos. Reduzem mulheres ao mais vil sexismo.

É a fetichização da mercadoria ´mulher´

Não é uma defesa de oprimidos

Esses professores e alunos imersos nesse surto identitário, que nem ousa em ir à raiz da opressão, destroem o Serviço Social que eu tinha me interessado anos atrás.

O objetivo é claro: impor, demarcar território, ressignificar palavras, confundir, fragmentar, tudo para negar às mulheres a sua capacidade de falar por si, de existirem.

Porque o que para nós é uma imposição desde que se nasce, eles elegem como uma escolha, uma expressão, uma identidade, e demandam “o direito de ser mulher”.

Só poderia ter partido do Serviço Social, que insiste nessa linguagem frágil dos ´direitos´ burgueses baseados no lobby, que acham que fazer revolução é mudar palavras e doutrinar a classe trabalhadora ´ignorante´ que não sabe o que quer.

Como se mede consciência de classe? Quem mede? Que consciência vocês tem?

Não há nada mais reacionário, patriarcal, sexista do que estamos assistindo nas universidades brasileiras, nas áreas de humanas e sociais, nos antros pseudo-intelectuais.

Nenhum homem jamais pode saber o que é ser mulher, pq isso nao é algo que se compra, que se fabrica, que se ganha na justiça, que se muda forçando o vocabulário.

E assim caminham, os que batem no peito para dizer que estão na linha de frente da ´ofensiva contra o conservadorismo´, abraçando o reacionarismo porque, ao vir com uma ´roupa de progresso´, os interesses, a falta de ética, a covardia, a misoginia, a estupidez, a perversidade, impedem de ver e agir.

Conseguiram enfrentar o conservadorismo, aderindo ao reacionarismo“.

 

A porta-voz da nossa campanha, Eugênia Rodrigues, foi até a UERJ no dia 14 de setembro, realizando uma live bastante contundente (que não ficou salva) e um vídeo, que você pode conferir aqui no nosso perfil do Instagram. O terceiro, já que os mesmos homens que querem invadir os espaços das mulheres e meninas, em conjunto com suas auxiliares, derrubaram os nossos perfis anteriores.

A pressão para destruir o direito de meninas e mulheres a espaços separados por sexo não é exceção; provavelmente você já sabe que isso está acontecendo em outras universidades do Brasil e do mundo. E há muito que poderíamos dizer sobre o caso, mas isso já foi dito, inúmeras vezes, em nosso site e redes sociais. Precisamos recolocar no centro de discussões e políticas públicas – incluindo  espaços íntimos como banheiros – o sexo. A realidade e não as ficções. Como diz o título de um artigo da advogada Kara Dansky, da WDI Estados Unidos publicado no Washington Examiner, precisamos expor o transgenerismo pelo que ele é: uma mentira. Seres humanos não mudam de sexo e falar em “mudança de gênero” é uma tática para mascarar a imutabilidade do sexo. Precisamos, urgentemente, parar de fingir, ou casos como esse continuarão a acontecer no Brasil e no mundo. “Transfobia” nada mais é do que uma palavra destinada a fazer com que as pessoas parem de pensar sobre o transgenerismo e sua adoção pelo Direito é, na prática, a criminalização da resistência da sociedade em aceitar essa mentira.