(Por: Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo)

Cara leitora ou caro leitor,

As coletivas Correnteza Feminista e SOMA coletaram depoimentos de brasileiras, em uma iniciativa de grande importância. A coleta, realizada através de um formulário que já teve as inscrições encerradas, teve como título “MAPEANDO A VIOLÊNCIA E INTIMIDAÇÃO CONTRA MULHERES DEFENSORAS DOS DIREITOS BASEADOS NO SEXO E/OU QUE NÃO SUBSCREVEM À TEORIA DA IDENTIDADE DE GÊNERO”. Elas enviarão o resultado a Reem Alsalem, a relatora especial da ONU, que virá ao Brasil em visita oficial, conforme avisamos em nosso último informativo. Compartilho com vocês o relato que enviei.

Abraços e até a próxima. Ah, informo que o problema no envio dos nossos e-mails deve ser sanado até domingo.

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo

Depoimento da porta-voz da campanha sobre a atuação antimulheres e anticrianças do transativismo brasileiro e de seus apoiadores

Caras mulheres,

em primeiro lugar, parabéns pela iniciativa. Parabéns por fazerem aquilo que órgãos oficiais, universidades, partidos, movimentos sociais, mídia e demais se recusam a fazer: ouvir aquelas que se recusam a negociar os direitos de mulheres e crianças. Fico feliz que este relato chegue à Excelentíssima Relatora da ONU, Ms. Reem Alsalem.

Meu nome é Eugênia Rodrigues, sou jornalista, moro no Rio de Janeiro, capital e sou porta-voz da campanha No Corpo Certo. Também colaborei e colaboro com outros projetos ligados a mulheres e crianças. Venho, neste texto, contar alguns episódios que aconteceram comigo ao longo dessa década na qual questionei e questiono (e sempre questionarei) as políticas de apagamento do sexo, em especial a ideia de “crianças trans” e os procedimentos realizados nos corpos de menores de idade nos ambulatórios de “identidade de gênero” de nosso país. Eu escolhi apenas alguns episódios, repito, porque foram inúmeros. Alguns deles relatei no site da campanha, mas não todos. Todos os prints tiveram seus conteúdos transcritos ao final, a fim de garantir a acessibilidade.

FATO 1 – TRANSATIVISMO, SEUS APOIADORES E O ISOLAMENTO SOCIAL DE MULHERES

Uma das táticas de punição de transativistas e seus apoiadores às mulheres que os questionam é isolá-las.

Por volta dos anos de 2013/2014, eu tinha em meu círculo de amizade uma professora da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (professora essa cujo nome, para evitar consequências jurídicas, prefiro omitir). Esta acadêmica é abertamente defensora da ideia de que mulheres são um sentimento na cabeça de certos homens (“identidade de gênero”) e de que prostituição seria o que ela chama de “trabalho sexual”. No Brasil, em especial em cidades conhecidas por seu “turismo sexual”, sabemos, estas duas ideias caminham juntas. À época, ela se colocou como uma “líder” do nosso grupo de amigas sobre o que ela chama de “questões de gênero”. Ela era, de nós, a única acadêmica, ao menos na época, o que fez com que nós a seguíssemos, num primeiro momento. Ela pediu a nós que seguíssemos ou adicionássemos nas redes sociais um conhecido travesti cafetão do Rio e uma também conhecida cafetina de outro Estado, ambos com grande penetração nos movimentos sociais e partidos ditos progressistas.

Quando eu atentei para o que estava acontecendo e comecei a questioná-la, ela me acusou de “transfobia” e foi atrás de amigas em comum exigindo que elas me excluíssem de suas redes sociais e de suas vidas. À época, eu já estava recebendo ataques virtuais de pessoas que eu não conhecia, mas foi muito mais doloroso ser isolada socialmente por pessoas com quem eu convivia, que frequentavam a minha casa e com quem eu circulava pela cidade.

Esta professora não foi a primeira a fazer isso comigo, é claro, mas, por ter sido a primeira ou uma das primeiras punições que eu receberia por dizer a verdade, foi, repito, extremamente doloroso à época esse isolamento. Hoje, vejo o quanto as redes sociais em particular e a internet em geral incentivam comportamentos de seita e de sectarismo como os praticados por ela, do tipo “quem é amiga de Fulana pode me excluir”, “quem curte a página tal pode me deletar” etc. Felizmente, hoje, mais velha, mais experiente e mais consciente do meu dever para com mulheres e crianças do meu país, esse tipo de comportamento não me abala mais. Jamais deixarei de lutar por mulheres e crianças e quem não quiser a minha amizade por isso é melhor que vá embora mesmo. Lamento que estudantes universitárias (os) estejam sendo submetidas (os) a essa lavagem cerebral nos bancos das faculdades brasileiras por professores e professoras como ela, além das próprias crianças e adolescentes nas escolas.

Registro que a tal acadêmica, como muitos apoiadores do transativismo, se diz “antirracista”. Mas o “antirracismo” dela se limita às mulheres negras que fingem acreditar que somos sentimentos, “gêneros”. Ela não pensou duas vezes em prejudicar a mim, uma mulher negra – inclusive, exigiu a minha saída de um grupo de estudos de raça e etnia alegando que eu “poria as trans em risco” (incluindo o famoso travesti cafetão da nossa cidade que é amigo dela).

Vale registrar que, para muitas de nós, o isolamento social tem consequências muito mais graves: coloca em risco nossa permanência em determinados lugares, nossas bolsas de estudos, pequenos negócios… nossa subsistência, enfim, e a das nossas famílias.

FATO 2 – TRANSATIVISMO, SEUS APOIADORES E OS RISCOS À SEGURANÇA FÍSICA E MENTAL DAS MULHERES

Vou contar apenas dois episódios em que temi pela minha segurança física (felizmente, a mental não foi abalada ao longo dos anos, o que não significa que não experimentei sofrimento, dor e medo). O primeiro, ocorrido na construção do 8M em minha cidade, Rio de Janeiro, e o segundo quando eu confraternizava com amigas no bairro da Cinelândia, no mesmo município.

Primeiro, sobre o 8M. Ao longo dos anos, participei de muitas reuniões de construção do 8M local. Elas já são problemáticas pelo controle realizado pelos partidos de esquerda. Não sou filiada a partidos e nem tenho interesse em ser; participei das reuniões e das marchas de maneira independente, enquanto cidadã e ou membra de grupos pequenos exclusivamente compostos por mulheres. Fato é que estes partidos, através de suas filiadas e filiados, dão os rumos do ato de cada ano e, nos últimos anos, transativistas impuseram sua presença em reuniões, seus termos (“mulheres trans”, “as travestis”, “cisgênero”) e pautas (“nome social”, “direito à ´identidade de gênero´” e o reconhecimento da prostituição como um “trabalho sexual”, por exemplo). Segue um trecho de um texto que publiquei no site da No Corpo Certo no dia 26 de maio deste ano no qual menciono um episódio ocorrido comigo em 2018:

No início de 2018, e já falei sobre essa experiência publicamente, fui atacada por um transativista no Rio de Janeiro que chamarei de ´W´. Ele era assessor do parlamentar Tarcísio Motta, do PSOL, e alega ser ´uma mulher trans´. Como outros homens que fazem a mesma alegação, ele tinha e tem livre entrada em qualquer construção, reunião ou encontro exclusivo para mulheres nos movimentos sociais, como era o caso da construção do 8M carioca, que acontece anualmente marcando o Dia Internacional da Mulher. ´W.´, a quem eu nunca tinha visto ou dirigido a palavra, foi até mim aos gritos porque, em uma das reuniões do 8M, pedi o afastamento da construção de ´J´, transativista do mesmo partido dele, considerando que ´J.´ havia ameaçado de quebrar os dentes de uma jovem estudante que eu conhecia. E mais: ao publicizar o ocorrido, outra moça me procurou para contar que ´J.´ também havia ameaçado bater nela.

Mesmo eu estando obviamente certa e mesmo eu utilizando pronomes femininos para se referir a ´J.´, ´W.´ ficou enlouquecido – nada do que estes senhores fazem pode ser criticado, nem mesmo seus crimes – sim, porque ameaça é crime. Se não estivéssemos em uma sala cheia de mulheres e alguns homens que também se afirmam como do sexo oposto, certamente esse senhor teria me agredido. No dia seguinte, exigi publicamente em meu perfil desativado no Facebook que Tarcísio se posicionasse, mas ele não só me respondeu dias depois (e após muita pressão de minhas seguidoras e seguidores) como sua resposta foi, resumidamente, que não ia se meter”.

Nesse texto que do qual tirei o trecho abaixo, eu não tinha mencionado esta outra análise, publicada no Medium “Violência Masculina” por uma outra mulher e que detalha as ameaças praticadas por “J.”  Também não mencionei que, ao sair do prédio em que a reunião acontecia, o mesmo estava cercado não só por mulheres que conversavam entre si, mas também por homens travestidos do PSOL. Temendo pela minha segurança, fui obrigada a telefonar para um homem da minha família me buscar. Nunca imaginei que o movimento de mulheres se tornaria perigoso para as próprias mulheres a esse ponto!

Finalmente, eu também não havia posto no texto o print da resposta que o parlamentar me deu. Ele, que era à época, repito, superior imediato de “W.”; era como representante do seu gabinete, como membro de sua assessoria, que “W.” atuou e fez tudo o que fez. Eis o print:

(#pratodosverem: ver conteúdo ao final do texto)

Observação rápida sobre a resposta dele: COMO as mulheres podem ter “protagonismo” em qualquer coisa quando um pequeno mas poderoso grupo de homens decretou que eles também são mulheres?! COMO não é possível ver que o transativismo faz exatamente o que o Tarcísio diz ser contra, que é desrespeitar o nosso lugar, a nossa vivência (material e não um discurso acadêmico ou médico)? COMO as citadas “mulheres que participam desse espaço” – eu inclusive, mas também as filiadas a partidos – podem agir da forma que gostariam quando a resistência delas foi rotulada de “transfobia”?

Sigo agora para o segundo trecho do texto que publiquei em maio.

Em 2022, coincidentemente na mesma rua, fui novamente atacada, desta vez por um ator de teatro chamado Alexandre (“Alê”). Ele, que é gay, se diz ´um LGBT´ e havia sido apresentado naquela noite por uma conhecida, também atriz de teatro. ´Alê´ e se revoltou quando discordei dele que homens são mulheres e me posicionei contra a hormonização infanto-juvenil e manteve sua posição mesmo quando o alertei que isso está sendo realizado, inclusive, como forma de ´cura gay´” por pais homofóbicos. O ator começou a gritar comigo e, como eu não me curvei, começou a incitar meu linchamento, como se eu fosse uma bruxa da Idade Média. Gritava para quem passava: ´GENTE, TEM UMA TERF AQUI!!! ATENÇÃO, ATENÇÃO, UMA TRANSFÓBICA!!! GENTE, VOCÊS NÃO VÃO FAZER NADA???´. Felizmente, ninguém aderiu a ele; pelo contrário, os berros histéricos acabaram chamando a atenção de um amigo meu que, fingindo que queria conversar comigo um certo assunto, me levou para outro grupo. E explicou: ´te tirei dali porque ele ia te bater. Estava na cara que ele ia te bater´.

Estes são apenas dois exemplos de ocasiões em que transativisas e seus apoiadores me atacaram, ainda que não fisicamente. É assim que são quando estão longe dos holofotes; bem diferentes da forma como se colocam nas redes sociais e demais meios de comunicação, quando concorrem a cargos eletivos e quando ministram cursos, palestras, capacitações e formações sobre pseudociência de ´gênero´. Não, não há nada de real em seus apelos à ´diversidade´, ´inclusão´ e ´pluralidade´”.

FATO 3 – TRANSATIVISMO, SEUS APOIADORES E A CENSURA ACADÊMICA

Um dos pilares sobre o qual se ancoram transativistas e seus apoiadores, no Brasil como no mundo, é a academia. Universidades, públicas e privadas, legitimam o apagamento do sexo e já vi seleções para artigos que já avisam que não aceitarão trabalhos alicerçados em racismo, homofobia, misoginia e… “transfobia” (como se o transgenerismo não fosse ancorado nesses mesmos pilares, o que é assunto para outro texto). Eu consegui furar essa bolha, não sem esforço e consequências, como através do meu trabalho de conclusão de curso (“A ´criança trans´ no jornalismo brasileiro”) e da publicação dos artigos “História das políticas baseadas em ´identidade de gênero´ no Brasil e no mundo” e “Novas diretrizes médicas e terapêuticas para questões de gênero e o Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente”,  que podem ser lidos, respectivamente, aqui e aqui. Participei de alguns poucos eventos acadêmicos em que pude falar o que penso – não sem consequências, repito.

Por outro lado, também já fui proibida de falar em diversas oportunidades. Para ficar em apenas duas…

No ano de 2018, transativistas e seus apoiadores, incluindo um indivíduo que faz parte da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) organizaram um evento pelo Facebook para impedir duas palestras minhas na Semana de Psicologia da UFF, Universidade Federal Fluminense, localizada na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. O evento foi chamado “Na Psicologia da UFF não vai Transfobia e Fascismo!”.

(#pratotodosverem: ver conteúdo ao final do texto)

Na época, a No Corpo Certo ainda não existia, mas já existia seu antecessor, o site Não Existe Criança Trans, pelo qual eu era uma das responsáveis. Eles enviaram e-mails em massa àquela faculdade e inclusive alguns foram pessoalmente até os responsáveis pressionar. Até que, no dia 30 de maio de 2018, eles me enviaram um e-mail me desconvidando, cujo print está abaixo. Falei sobre o ocorrido publicamente diversas vezes, inclusive no site da campanha No Corpo Certo ao mencionar um projeto de lei oriundo de um outro indivíduo de Niterói direcionado a menores de idade rotulados de “trans”.

(#pratodosverem: ver conteúdo ao final do texto)

No presente ano, 2023, o evento chamado Reunião de Antropologia do Mercosul me proibiu de dar um curso, ao lado da acadêmica Fabiana Jordão Martinez, que visava a explicar o impacto do conceito de “gênero” para os direitos das meninas e mulheres. A WDI Brasil se posicionou sobre o assunto. Eis abaixo o print do e-mail enviado no dia 8 de maio (3):

(#pratodosverem: ver conteúdo ao final do texto)

Meu relato chega perto do fim. Até hoje, sigo sendo isolada, ignorada, agredida e ameaçada por transativistas e seus apoiadores. Recebi pouquíssimo apoio; basicamente, de três grupos: mulheres alinhadas ao Feminismo Radical, homens e mulheres conservadores e alguns poucos progressistas que me enviam suas aflições privadamente e morrendo de medo de serem “cancelados”. Não busquei reparação no Judiciário brasileiro por saber que o mesmo foi sequestrado por esse grupo faz tempo e, sinceramente, porque prefiro dedicar meu tempo a conscientizar as pessoas.

Registro que, ao destruir os espaços separados por sexo e os corpos de crianças e adolescentes em ambulatórios de “identidade de gênero”, o transativismo e seus apoiadores precisam ser encarados como forças antimulheres e anticrianças – ainda que parte desse grupo possa, eventualmente, defender em paralelo outras causas justas. E, ao destruir direitos de toda a sociedade, como a liberdade de expressão, acadêmica, de cátedra etc., obrigando a todas e todos, mulheres e homens, a mentir sobre o que somos, nos proibindo de dizer fatos inquestionáveis sobre a nossa espécie, eles devem ser encarados, também, como forças antissociais.

Há muito mais que eu gostaria de escrever, mas sei que o que relatei já é relevante, como são relevantes todos os outros depoimentos das mulheres que têm a coragem de reafirmar sua humanidade. Somos seres humanos, repito, e não um sentimento. O mesmo ocorre com meninos e homens.

Talvez demore, mas sei que a Organização das Nações Unidas, um dia, irá não só nos ouvir, como nos dar razão e lamentar o tempo perdido.

Abraços solidários,

Eugênia Rodrigues

Jornalista

Porta-voz da campanha No Corpo Certo.

(Nota final #pratodosverem, com a transcrição dos prints apresentados)

Print 1:

“Cara Eugênia,

Não é uma tarefa trivial oferecer uma resposta à sua nota. Soum um homem cis branco profundamente comprometido com a luta contra as opressões, e exatamente por isso não posso nunca me esquecer que construo esta atuação política a partir de um lugar de fala específico, com enorme respeito ao protagonismo daquelas que são efetivamente afetadas pelas opressões estrutrais da nossa sociedade. Esse é um ensinamento que chega pela própria força das lutas sociais colocadas, com as quais aprendo sempre e que me impõem a tarefa de revisitar os lugares de privilégio que ocupo. Neste sentido, e entendendo a importância desse ensinamento, não considero que seja adequado ocupar uma posição de resolução ou mediação de conflitos que surgem dentro de espaços de construção da luta feminista, antes mesmo que as próprias mulheres que participam desse espaço tenham analisado ou dado tratamento aos acontecimentos e relatos. Tenho profundo respeito ao protagonismo das mulheres e à construção de espaços autônomos de luta.”

Print 2:

“Evento de Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Grupo Transdiversidade Niterói e outras 2 pessoas
ICHF / UFF – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia
Duração: 3 h
Público · Qualquer pessoa dentro ou fora do Facebook
SEGUNDA FEIRA, DIA 04/06 – 19:30H NA UFF TERÁ UMA PALESTRA NA SEMANA DA PSICOLOGIA QUE DIZ QUE TRANSEXUALIDADE É RE-PATOLOGIZAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE E QUE NÃO EXISTE CRIANÇA TRANS* com Eugenia Rodrigues (Que irá fazer a mesma palestra na quinta, 07/06)
A UNIVERSIDADE NÃO PODE SER PROPAGADORA DE TRANSFOBIA E FASCISMO
Reafirmamos nosso compromisso na defesa dos explorados e oprimidos da classe trabalhadora. E convocamos todas as pessoas que lutam contra todo tipo e opressão para estaremos juntxs lutando contra mais esta investida de pessoas que propagam o ódio e tem tido lugar de destaque nas universidades. Precisamos nos unir e reagir!
Vejam uma das falas dela na revista Medium:
”Então estamos presenciando uma nova e sofisticada forma de “cura gay”, referendada pela esquerda, pelo movimento LGBT e pela mídia, que transforma meninos “afeminados” em “meninas trans”. Além de comprovar que a homofobia também está internalizada por pessoas supostamente progressistas, isso comprova o poderio da indústria farmacêutica: os pais (ou o hospital público) terão que comprometer uma quantia significativa.”
(link: https://goo.gl/kV1Wx1)
E tem video com mais atrocidades: https://goo.gl/EoHWeV
Fiquemos atentxs!
A S4r4h W1nt3r já plantou sua semente do fascismo na UFF!!! Não vamos deixar esse tipo de gente se criar…
Cis-ativismo Radical é Trans Excludente por ideologia!
Quero ver o mesmo apoio de vocês quando falamos da vida da das pessoas Trans!!!
https://semanapsiuff.wixsite.com/20…/dia-18-09-segunda-feira ”

Prints 3 e 4:

“XI Semana de Psicologia

Boa tarde, Eugenia!

Estamos acompanhando pelo Facebook a repercussão das duas atividades propostas por você.

A Semana de Psicologia sempre teve por característica a aceitação de toda e qualquer atividade inscrita. Diferente de outros eventos, nós não temos uma comissão de análise do conteúdo de cada atividade, pois apostamos na multiplicidade. Nunca tivemos grandes problemas com isso. Todas as atividades eram de alguma forma voltada ao tema e/ou a saberes e práticas psi. Contudo, nas últimas edições, o evento aumentou de alcance, o que tem trazido diferentes reverberações nas posições que a comissão organizadora teve de tomar.

Não havíamos percebido, pelas descrições de suas atividades, a resposta que elas teriam do público LGBT, mais especificamente da comunidade trans. Recebemos uma notificação assinada por trinta coletivos LGBT, expressando a inquietação gerada entre seus membros frente às duas atividades na programação da Semana.

Tendo em vista que

– a Semana de Psicologia visa propor um espaço de respeito às minorias;

– um grande grupo de pessoas se sentiu diretamente atingido e ofendido com as proposições que você defende;

– a Semana de Psicologia tem por objetivo criar um espaço de troca respeitosa e no qual nenhum discurso percebido como discriminatório seja tolerado;

– o Instituto de Psicologia não possui capacidade de fornecer reforço na segurança dos proponentes – reforço este que se faz necessário, de acordo com sua reivindicação no e-mail anterior;

– Não permitimos que os eventos sejam filmados;

– estamos a pouco tempo do início do evento;

Informamos que decidimos coletivamente, juntamente com o Instituto de Psicologia, retirar as duas atividades da programação da Semana.

Adiantamos que estamos à disposição para conversamos sobre nossa decisão e esperamos que compreenda nosso posicionamento, tendo em vista o cenário gerado.

Atenciosamente,

Organização da XI Semana de Psicologia da UFF – Niterói.”

Print 5

“Minicurso – Misoginia e ameaças de direitos das mulheres: uma abordagem crítica ao conceito de gênero

Prezadas Fabiana e Eugenia,
Após análise da proposta do minicurso intitulado “Misoginia e ameaças aos direitos das mulheres: uma abordagem crítica ao conceito de gênero”, a Comissão avaliadora decidiu recusá-la. Ao alinhar-se com os princípios das chamadas abertas no âmbito da XIV Reunião de Antropologia do Mercosul e com os objetivos gerais deste evento, a Comissão deu prioridade a propostas que enfatizam o respeito e a tolerância aos direitos humanos, à diversidade de gênero e às conquistas históricas do movimentos sociais, dentro e fora da academia.
Atenciosamente,
Comissão organizadora”